22 de outubro de 2025

Advogados e servidora do Governo do Piauí são presos em operações da Polícia Civil e Federal em Teresina

Os investigados foram levados à Central de Inquéritos de Teresina.
Repórter
Publicado há 5 horas

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Atualizada às 8h30

Os advogados Juarez Chaves de Azevedo Júnior e Flávio Almeida Martins, e a servidora estadual Lucile de Souza Moura, foram presos temporariamente nesta quarta-feira (22) em Teresina. A ação foi realizada pela Diretoria Especializada em Operações Policiais (Deop).

Eles foram levados para a Central de Inquéritos de Teresina e são alvo de duas investigações. A primeira, da Polícia Civil, apura a criação de denúncias falsas e dossiês forjados que teriam sido usados para pressionar desembargadores e juízes em casos de disputa por terras.

Nesse caso, os suspeitos respondem por coação durante processos judiciais, denunciação caluniosa, calúnia e formação de grupo criminoso.

Outra operação

A Polícia Federal (PF-PI) cumpriu mandados de busca e apreensão contra o desembargador José James Pereira, suspeito de envolvimento no esquema. Ele foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI).

O advogado Juarez Chaves, preso nesta quarta-feira (22), também é investigado pela Polícia Federal. Ele e outros envolvidos estão proibidos de acessar o prédio do TJ-PI.

Servidora afastada

Lucile de Souza é servidora efetiva do estado e atua como professora assistente em regime de dedicação exclusiva, segundo o Portal da Transparência. Ela estava cedida à assessoria especial do governador Rafael Fonteles (PT), na Secretaria de Governo (Segov).

A exoneração de Lucile do cargo de assessora especial foi publicada no Diário Oficial do Estado em 1º de outubro.

As investigações correm em sigilo, e ainda não há informações detalhadas sobre os mandados ou o envolvimento dos suspeitos. As defesas e os órgãos citados podem se manifestar.

O Portal ClubeNews tenta contato com a defesa dos citados. O espaço está aberto para esclarecimentos.

NOTA DEFESA JUAREZ

A defesa do advogado Juarez Chaves Júnior respeita a posição da polícia e da justiça, nesta fase de investigação a que se referem os autos do Inquérito Policial.

Entende que a medida assecuratória requerida (da custódia temporária) foi cumprida e realizada plenamente (com a apreensão de aparelho telefônico, e a oitiva do investigado), aguardando, assim, que a autoridade policial se encontre atendida, permitindo o breve restabelecimento da liberdade do advogado.

É de se aguardar um momento posterior para eventual posicionamento efetivo sobre o mérito da questão, em vista o segredo de justiça, o que é suficiente para impedir manifestação específica sobre os fatos em apuração.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA OAB-PI

O Sistema Estadual de Defesa das Prerrogativas e Honorários da OAB Piauí informa que acompanha, desde as primeiras horas desta quarta-feira (22), as ações policiais realizadas no Estado envolvendo integrantes da advocacia, com equipes mobilizadas para o acompanhamento institucional dos fatos e para assegurar o respeito às garantias legais da profissão.

A OAB-PI reafirma que o Sistema de Prerrogativas atua na observância das prerrogativas profissionais, da legalidade dos procedimentos e, quando cabível, na garantia do direito à Sala de Estado-Maior, permanecendo vigilante em defesa do exercício livre e digno da advocacia.

NOTA DEFESA LUCILE MOURA

Venho por meio deste informar o meu desligamento da Assessoria Especial do Governador do Estado do Piauí.

Gostaria de me dirigir a todos com transparência, compromisso e lealdade, esclarecendo os recentes acontecimentos que envolveram meu nome. Nas últimas semanas, fui equivocadamente associada a um suposto processo que teria como objetivo coagir desembargadores do Tribunal de Justiça do Piauí.

Deixo claro, de forma tranquila, real e segura, que tal fato jamais aconteceu. No entanto, reconheço que, mesmo sem o menor propósito infamante, mas de maneira despretensiosa e inadvertida, compartilhei o material que circulava amplamente em grupos de WhatsApp — um arquivo em PDF com supostas denúncias contra membros da Justiça do Estado.

Compreendo que a magnitude do cargo que ocupava, aliado à importância e ao dever de zelar pelo bom relacionamento com as instituições públicas, torna minha atitude incompatível não apenas com o propósito tão estimado por mim, mas também com os princípios éticos e profissionais que sempre defendi. Tendo dito isso, fui atingida involuntariamente pelas consequências advindas deste ato, sabendo das mesmas quando foram finalmente noticiadas e se comprovaram pelo fato de que chegaram, mais uma vez, ao meu conhecimento.

Repito que, em momento algum, desrespeitei ou atentei contra qualquer um dos Poderes constituídos, muito menos contra as pessoas que neles atuam. Tenho profundo respeito pelas instituições e entendo ser fundamental para o desenvolvimento do Estado que os Poderes cumpram suas missões constitucionais e institucionais – algo que o Tribunal de Justiça do Piauí tem feito com excelência, ao longo de sua história.

Em breve, todos os fatos serão devidamente esclarecidos, a verdade soerguerá perante a sociedade, e as instâncias competentes serão cientes da realidade que procurei expor aqui.

Agradeço imensamente pela oportunidade de colaborar com cada um de vocês, em especial pela confiança depositada em meu trabalho. Desejo muito sucesso em todos os empreendimentos, certa de que suas atuações são imprescindíveis para o progresso social e econômico do nosso Piauí.

LEIA MAIS: Desembargador do TJ-PI e advogados são alvos de operação da Polícia Federal


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