
O diabetes mellitus é uma das doenças crônicas que mais crescem no mundo, e suas complicações afetam diversos órgãos e sistemas. Entre elas, estão os problemas urológicos e sexuais, que impactam diretamente a qualidade de vida e o bem-estar masculino.
Disfunção erétil e hormônios
Homens com diabetes têm maior risco de desenvolver disfunção erétil e geralmente apresentam o problema em idade mais precoce e com maior severidade que os não diabéticos.
A prevalência pode ser até 3,5 vezes maior, e cerca de 40% dos homens com diabetes tipo 2 apresentam também baixos níveis de testosterona, o que agrava ainda mais o quadro.
Essa deficiência hormonal é um dos fatores que explica por que metade dos homens diabéticos não respondem bem aos medicamentos orais para ereção. Além disso, há uma maior incidência da Doença de Peyronie, que causa uma curvatura no pênis e pode afetar o desempenho sexual.
Próstata e sintomas urinários
O diabetes tipo 2 também está associado à hiperplasia prostática benigna, o aumento da próstata, e aos sintomas do trato urinário inferior, como jato urinário fraco, urgência para urinar e acordar várias vezes à noite para urinar (noctúria).
Esses efeitos estão relacionados a alterações vasculares e metabólicas típicas do diabetes, que comprometem a oxigenação dos tecidos e favorecem o crescimento prostático. Quanto maior a hemoglobina glicada (indicador do controle glicêmico), maior o risco de sintomas urinários, urgência e incontinência.
Infecções urinárias e genitais
Homens diabéticos também apresentam maior propensão a infecções urinárias e genitais. Isso ocorre porque a glicose em excesso na urina favorece o crescimento de bactérias e fungos, somado à imunidade mais baixa e à alteração dos nervos da bexiga.
Além disso, alguns medicamentos usados no tratamento do diabetes podem aumentar o risco dessas infecções, especialmente na pele que recobre o pênis. O diagnóstico precoce e o controle rigoroso da glicose são fundamentais para evitar complicações.
Tratamentos e soluções
O tratamento da disfunção erétil em homens diabéticos segue etapas bem definidas:
- Mudança de estilo de vida – alimentação saudável, atividade física e controle do peso.
- Controle rigoroso do diabetes, em parceria com o endocrinologista.
- Medicamentos orais e ondas de choque de baixa intensidade, que podem restaurar a resposta aos medicamentos para a disfunção erétil.
- Medicamentos em gel para aplicação no pênis ou injeções penianas.
- Prótese peniana, indicada para casos que não respondem a outras abordagens.
Um alerta importante
As complicações urológicas do diabetes vão muito além da glicose alta. Elas afetam a vida sexual, a autoestima e a saúde urinária, exigindo acompanhamento especializado.
Se você é diabético e tem notado alterações na ereção, sintomas urinários ou infecções recorrentes, procure um urologista. O problema tem tratamento.
Dr. Giuliano Aita, membro do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia
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