
Kelvyn Coutinho
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Um dos efeitos mais marcantes da pandemia do novo coronavírus, além dos números crescentes de casos e mortes, foi a crise econômica que se instaurou no Brasil. A alta da inflação e desemprego tornou cada vez mais difícil para os brasileiros conseguirem colocar comida na mesa. Foi assim para Deusilene Pimentel, feirante do Residencial Parque Brasil IV, Zona Norte de Teresina. A Associação de Moradores do Parque Brasil IV foi uma das instituições beneficiadas pela campanha Prato Cheio, uma iniciativa da Rede Clube em parceria com instituições do Piauí que tem como objetivo arrecadar alimentos para ajudar quem sofre com a falta de renda durante a pandemia.
Deusilene era agricultora em Beneditinos, mas se mudou para a capital e passou a viver com o pouco que consegue vendendo artigos de decoração que aprendeu a fazer pela internet.
“Eu achei bonito e me interessei para fazer. Agora que eu comecei mesmo, está com dois sábados que eu venho para cá vender. Aqui e acolá dá para fazer 20, 30 reais, eu botei barato para sair melhor, porque se botar caro não sai. Esse dinheiro vai ser para comprar arroz, feijão e ainda não dá. E ainda tem vezes que é preciso cozinhar quatro dias no carvão porque o dinheiro para o gás está difícil”, desabafou a feirante, que é apenas uma das 50 mulheres que tiram o sustento de uma feira organizada no Parque Brasil IV.
Maiara da Silva era faxineira, perdeu o emprego e passou a vender roupas e ervas medicinais na feirinha. “Eu tenho dois filhos, um é especial, e eu venho de uma situação muito difícil. Sou separada, crio meus filhos sozinha, não dependo de ninguém, só do meu trabalho mesmo”, comentou.
O marido da feirante Francisca Araújo perdeu o emprego e não conseguiu outro, então ela passou a vender lanches e comida para sustentar a família. “Ainda está fraquinho. A gente só fica até 10h da manhã, porque a gente não tem um local adequado, uma estrutura melhor, e assim a gente pega sol e chuva”, disse.
Já Irene Gonçalves se divide entre cuidar das duas filhas e vender roupas íntimas na rua. “As dificuldades começaram a aumentar, mas Deus sempre dá um jeito em tudo. Essa é a forma que a gente tenta fazer o sustento da casa”, declarou.
As mulheres faziam a feira em um terreno da Prefeitura de Teresina que ficou ocioso após serem finalizadas as obras das casas do residencial, onde chegaram a improvisar uma estrutura de lona para vender os produtos, mas foram impedidas de continuar pela fiscalização municipal. Desde então, as mulheres expõem suas mercadorias em pequenas bancas no meio da rua, debaixo de pequenos guarda-sóis.
Cláudia Lira, presidente da associação de feirantes do Parque Brasil IV, agradeceu a oportunidade de participar da campanha e disse que as doações ajudarão muitas famílias da comunidade.
“Através dessa oportunidade as pessoas podem ver a nossa necessidade, e que outros órgãos possam vir a nos ajudar também. Venham nos visitar e dar oportunidade para nós. Foi uma benção muito grande e vai beneficiar muitas mulheres e vai ser uma felicidade porque vai ter algo para elas colocarem na mesa”, destacou Cláudia.
Saiba onde doar
A Rede Clube divulgou a lista de instituições beneficiadas pela campanha “Prato Cheio — Alimente a Esperança”. As pessoas que quiserem fazer parte dessa corrente do bem já podem entregar suas doações em uma das instituições selecionadas em Teresina e no interior do Piauí.
#Teresina
Associação dos Moradores do Parque Brasil IV — bairro Parque Brasil IV;
Instituto Casa Pão Nosso — bairro Monte Castelo;
TV Clube — bairro Monte Castelo.
#Teresina
Associação Transforma Mais Piauí — bairro Aroeiras;
Sociedade Espírita João Nunes Mais — bairro Santo Antônio;
Associação de Mães da Santa Maria da Codipi III — bairro Santa Maria da Codipi;
#Interior
Organização dos Ex-combatentes do Exército Brasileiro no Piauí — Floriano;
Centro Espírita Caridade e Fé — Parnaíba;
Pastoral da Boa Ação — Picos.
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