
Em Teresina, o ex-juiz federal Sergio Moro afirmou que deixou o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública porque a “reação política” não o deixou combater a corrupção no Brasil. Moro anunciou a demissão do ministério no dia 24 de abril de 2020, após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.
A solenidade aconteceu em um shopping da capital com a presença da deputada federal, Renata Abreu, presidente nacional do Podemos.
Moro diz que passou por momentos difíceis ao longo da sua carreira de juiz federal, que durou 22 anos. Ele ficou conhecido nacionalmente por ser o juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato, na primeira instância.
A demissão do Ministério da Justiça, segundo pronunciamento na época, foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que foi indicado para o posto pelo ex-ministro. A Polícia Federal é vinculada à pasta da Justiça.
“Deixar a carreira foi difícil. Eu gostava de ser juiz, fazia algo relevante para as pessoas. Fazer o bem para as pessoas. A gente conseguindo transformar o pais. Foi me oferecido uma oportunidade de fazer um trabalho diferente em Brasília. Eu ficava pensando, tem uma chance de dar certo. Eu não queria, de aqui a 10 anos, olhar para trás e pensar naquilo como uma oportunidade perdida. A gente conseguiu fazer bons trabalhos pelo Ministério da Justiça, como o programa Vigiando as Fronteiras e o enfretamento ao crime organizado. Eu tenho muito orgulho pela minha passagem no Ministério da Justiça”.
Operação Lava Jato
Sergio Moro ficou conhecido nacionalmente por ser o juiz responsável pelos processos da Lava Jato, na primeira instância. A investigação começou com suspeitas de lavagem de dinheiro em um posto de combustíveis até chegar em um esquema criminoso de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras.
Em 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato. Com a decisão, Lula recupera os direitos políticos e volta a ser elegível.
O ministro do STF considerou que 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula.