
A Polícia Civil de Goiás concluiu que o professor piauiense, Denes Marlio Lima Neres, de 26 anos, foi vítima de homofobia. O suspeito de matar o professor é um jovem de 18 anos, identificado como Mateus da Silva Castro, que foi preso e deu detalhes do crime.
De acordo com o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Planaltina, o homicídio aconteceu no dia 1º de março de 2022, no bairro Itapuã, em Planaltina, estado do de Goiás, no entorno do Distrito Federal. Denis estava residindo em Brasília há dois meses, após aprovação em concurso para assumir vaga de professor substituto.
Em depoimento, Matheus deu detalhes do crime, que contou com a participação de duas garotas de programas já na ocultação do cadáver.
O corpo do professor só foi encontrado no dia 02 de março parcialmente carbonizado, abandonado em uma área de mata, sendo identificado apenas no dia 05 de março com a chegada de familiares da vítima de Teresina ao estado de Goiás. Ele foi sepultado em Teresina no dia 07 de março, no cemitério da Vermelha.
Matheus foi preso no dia 23 de março em cumprimento de mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Planaltina. Ele foi encontrado pela equipe do GIH em Brasília (DF).
O investigado deve responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação/destruição de cadáver, fraude processual e associação criminosa.
Já as garotas de programas serão indiciadas pelos delitos de ocultação/destruição de cadáver, fraude processual e associação criminosa.
DIA DO CRIME
O piauiense foi morto no dia 1º de março de 2022. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, “Denes, na manhã da referida data (uma terça-feira de carnaval), enquanto andava pelas ruas de Planaltina, conheceu Mateus da Silva Castro”.
“Na ocasião, o professor informou que havia acabado de chegar do Piauí e que gostaria de conhecer a cidade e ‘curtir’. Mateus, juntamente com a vítima, adquiriu duas porções de cocaína e algumas bebidas. Na sequência, se dirigiram para uma residência no bairro Itapuã, em Planaltina”.
“No local houve desentendimento por possíveis razões homofóbicas e Mateus, utilizando-se de uma pedra, golpeou a cabeça de Denes até a morte”.
OCULTAÇÃO DE CADÁVER COM PARTICIPAÇÃO DAS GAROTAS DE PROGRAMAS
A Polícia Civil de Goiás também informou QUE, após o jovem atacar o professor, ele vendeu os dois celulares da vítima pelo valor de R$ 350.
“Após a venda dos celulares, o investigado foi para um bar/prostíbulo e informou o ocorrido para duas garotas de programa que conhecia. Mateus e as duas mulheres arquitetaram um plano para ocultar o cadáver da vítima e dificultar uma futura investigação”.
De acordo com a investigação, “os três, utilizando-se do veículo de uma das garotas, adquiriram gasolina e em seguida pegaram o corpo na residência, o enrolaram em um cobertor e o levaram para um local descampado na região do bairro Paquetá, onde, utilizando-se do combustível, atearam fogo no corpo da vítima”.
FICHA CRIMINAL
Durante a investigação, a Polícia Civil “conseguiu elucidar os fatos, chegando-se ao autor Mateus da Silva Castro. Apesar da pouca idade (18 anos), Mateus é velho conhecido no meio policial, possuindo quase duas dezenas de ocorrências policiais em Goiás e no Distrito Federal pelos mais diversos delitos”.
“No último dia 18 de março, chegou ao conhecimento da autoridade policial a notícia de sua prisão por furtos de cabos elétricos e outros, bem como pelo cumprimento de uma prisão temporária, por ter cometido um roubo na cidade de Sobradinho (DF)”, destacou a polícia.
VEJA NOTA DE PESAR DO SINDICATO DOS PROFESSORES DO DISTRITO FEDERAL
É com muita tristeza e pesar que o Sinpro-DF comunica o falecimento do professor Denes Marlio Lima Neres, vítima de assassinato. O educador foi visto pela última vez no dia primeiro de março, na região de Planaltina de Goiás, e desde então era procurado por amigos e familiares. De forma trágica, seu corpo foi encontrado carbonizado neste fim de semana, nas proximidades da mesma região.
A história de Denes se confunde com a de várias pessoas que deixam família e sua cidade natal em busca de melhores condições de vida. Apaixonado pelo magistério, o professor foi aprovado no último concurso para contrato temporário em Brasília. Deixou Teresina-PI, sua terra natal, e se mudou para a capital federal, onde começou a trabalhar no Centro de Ensino Médio 01 (Centrão) como professor de inglês. No início de março, saiu de casa para visitar alguns parentes em Brazilândia e desde então desapareceu.
Graças à ajuda de amigos, da comunidade escolar do Centrão e da categoria, familiares conseguiram arrecadar o valor necessário para fazer o traslado do corpo de Denes até Teresina, onde moram sua mãe e seus irmãos.
Em momentos como este, de dor e de tanta tristeza, o amor e o respeito podem ser demonstrados com a caridade. A diretoria do Sinpro lamenta que mais uma vida tenha sido ceifada de forma tão cruel, trágica e violenta, e se solidariza com amigos, familiares e companheiros(as) que perdem mais um idealista que tinha como sonho levar o amor, o conhecimento e a educação para as futuras gerações.
Denes Marlio, PRESENTE!
Fonte: SINPRO-DF
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