
A Associação Comercial do Extremo Sul do Piauí (ACIESPI) denuncia que empresas terceirizadas do grupo italiano de energia solar, o Enel Green Power (EGP), instalada em São Gonçalo do Gurguéia-PI, contrataram serviços e fizeram compras na região, mas não estão pagando. Entre os estabelecimentos que relatam as dívidas estão hotéis, lojas de autopeças, casas de material de construção, restaurantes, clínicas, supermercados, postos de combustível e outros. O prejuízo estimado chega a R$ 2 milhões.
O presidente da ACIESPI, Fábio Júnior Rodrigues, afirma que são muitas as empresas terceirizadas da EGP que estão em débito na região. O Blog Notícias do Sul apurou que em apenas um estabelecimento a dívida chega a R$ 1,9 milhão.
Segundo Fábio Júnior, foi realizado um acordo intermediado pela própria EGP, porém as dívidas ainda não foram pagas. Diante do impasse, a associação estuda levar o caso ao Ministério Público do Piauí. Uma reunião entre as partes está marcada para quinta-feira (28).
A empresa Enel Green Power (EGP) iniciou suas operações na região em outubro de 2018, com a primeira etapa das obras, para a construção dos 475 MW do parque solar na região. Outros 133MW foram implementados em agosto de 2019, com investimento de 100 milhões de euros (R$ 422 milhões). O parque São Gonçalo, instalado na cidade de São Gonçalo do Gurguéia, tem capacidade total de gerar 608 MW-Megawatt.
Outras demandas
A associação também faz um alerta para os acidentes na BR-135, envolvendo veículos de empresas terceirizadas, e de alguns impactos ambientais. Os produtores da região estão sem conseguir desenvolver atividades agropecuárias, extrativista e pesca de subsistência.
A Associação Alto do Gurguéia – composta pelas localidades Lapa, Buritizinho e Buriti do Meio, em São Gonçalo do Gurguéia (PI) – denunciaram em abril de 2021 que a obra do parque solar estaria causando danos ambientais e sociais nas comunidades. Naquela época o documento da Associação pedia que os órgãos competentes fiscalizasse o ocorrido.
Esclarecimentos
O Blog Notícias do Sul procurou a EGP para esclarecer as denúncias. De acordo com a empresa, a situação é mediada no sentido dos comerciantes receberem suas dívidas.
A EGP também ressaltou que os débitos são de responsabilidade das empresas terceirizadas envolvidas na construção do parque solar e que a maioria dos comerciantes locais já começou a receber os valores devidos.
VEJA A NOTA DA EGP NA ÍNTEGRA:
“A Enel Green Power informa que conseguiu mediar uma solução para o pagamento dos débitos de responsabilidade das empresas terceirizadas envolvidas na construção do parque solar e que a grande maioria dos comerciantes locais já começou a receber os valores devidos.
A EGP segue coordenando um plano de ação para a resolução definitiva do tema e esclarece que os casos ainda pendentes serão avaliados individualmente, com base em levantamentos prévios feitos pelas empresas envolvidas e nas documentações que comprovem as dívidas com origem na prestação de serviços e/ou no fornecimento de materiais por cada fornecedor local.
Os detalhes do plano e seu andamento serão informados aos representantes da Associação Comercial de Corrente.
A Enel Green Power ressalta que honrou com todos os pagamentos junto às empresas terceirizadas e reforça que, do ponto de vista jurídico, não é responsável pelas dívidas contraídas por elas. Ainda assim, a Companhia optou por coordenar o plano de ação acima mencionado, em linha com a responsabilidade social que exerce nas comunidades em que está presente.
Sobre os aspectos ambientais das obras de construção do parque solar, a Enel Green Power informa que possui um termo assinado com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR) com um conjunto de medidas que está sendo executado rigorosamente dentro dos prazos previstos e reportado em relatórios trimestrais ao órgão ambiental.
A Enel Green Power esclarece ainda que a rodovia na região em que o parque está localizado possui um histórico de acidentes de trânsito e de grande fluxo de veículos pesados, condições que não devem ser atribuídas à presença da companhia. No entanto, para gerenciar o deslocamento dos veículos envolvidos nas obras da maneira mais segura possível, a Enel adotou uma série de medidas preventivas e de conscientização dos colaboradores.
Todos os motoristas da EGP e de empresas terceirizadas possuem obrigatoriamente curso de direção defensiva e todos os veículos utilizados, incluindo os caminhões, são monitorados por GPS, para identificação da frota e controle de velocidade.
A Companhia também realiza periodicamente campanhas sobre o tema com colaboradores e criou um Código de Ética do Trânsito, com orientações para o deslocamento seguro dos trabalhadores nas vias da região.”
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