
Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br
Um mês depois da capital piauiense flexibilizar as medidas de segurança e permitir que as pessoas retirassem as máscaras em ambientes fechados, médicos e pesquisadores ainda aconselham que teresinenses continuem utilizando a proteção individual.
No dia 28 de março, o Comitê de Operações Emergências Municipal (COE) tornou facultativo o uso de máscaras em locais fechados de Teresina, com base nos indicadores epidemiológicos locais.
Segundo o professor Emídio Matos, pesquisador do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e membro do Comitê de Operações Emergenciais (COE-PI), a medida não provocou aumento no número de casos da doença, mas acredita que um conjunto de outros fatores contribuíram para o controle da disseminação da Covid.
“O que a gente percebeu nas ruas de Teresina é que muitas pessoas continuaram usando máscaras, então não houve uma retirada em massa da máscara por parte da população”, destaca o pesquisador.
“Em paralelo, a vacinação da população, com Teresina chegando a mais de 60% das pessoas com a dose de reforço, contribuiu. Além disso, a própria sazonalidade da doença que já comprovamos que ocorre em surtos por período de tempo. É um conjunto de coisas que contribuem para que a gente esteja com a queda continuada do número de casos e de óbitos”, explicou ainda.
Pandemia não acabou
O médico infectologista Nayro Ferreira lembra que a pandemia continua e são necessários cuidados que não devem ser esquecidos, apesar da flexibilização de medidas. “O afrouxamento das medidas sanitárias não é fim da pandemia. Nós tivemos um discreto aumento no número de casos, mas nada muito alarmante. Porém ainda há casos positivos e ainda se morre por Covid-19 no Brasil. O vírus ainda circula. Então ainda estamos naquele patamar de manter cautela”.
Para o especialista, a decisão de tirar a máscara é individual. “Há uma orientação e não uma obrigação [de poder tirar a máscara]. Se você não se sente seguro nesse momento para tirar a sua máscara, não atire. Se você acha que esse período é um período de calmaria, é um período em que há segurança no não uso da máscara, pode fazer isso”, orienta.
Vacina salva
Emídio Matos ressalta que a vacina é uma das principais medidas que ajudam a conter a Covid. “A imunização da população com doses de reforço é um fator que contribui para que a gente tenha número de casos e de óbitos controlado, além da redução de ocupação de leitos de hospital”.
O infectologista Nayro Ferreira concorda e faz um apelo. “O cenário futuro vai depender principalmente da vacinação. O índice de procura pelas salas de vacina da Covid-19 ainda é baixo. Temos a vacina de reforço, que é a terceira dose, ofertada desde setembro do ano passado. E mesmo assim o índice está aquém do que nós esperávamos. A vacina é a melhor maneira de prevenir a forma mais grave da doença. Vejo que se, no futuro, as pessoas não se conscientizarem que a vacina é importante, nós podemos, sim, aumentar novamente o número de casos graves de Covid-19”.
Máscara não faz mal a ninguém
Em um ponto, os especialistas são unânimes: a máscara não faz mal e não há obrigatoriedade em deixar de usar. A orientação vale para quem não se sentir seguro sem o item de proteção ou mesmo nos casos em que a pessoa tenha uma doença pré-existente.
“Quem dita é você mesmo. Se está seguro retire, se não continue com a máscara. Prejuízo você não vai ter”, finaliza o infectologista.
LEIA TAMBÉM:
Máscara: saiba quem ainda é obrigado a usar após liberação
Covid: uso da máscara será opcional em Teresina a partir de segunda (28)
Decreto desobriga uso da máscara em ambientes fechados no Piauí em cidades com 60% de vacinados
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Twitter.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e entre no nosso Canal.
Confira as últimas notícias: clique aqui!