2 de novembro de 2025

Com greve, perícias do INSS estão sendo marcadas para daqui a quatro meses

Jornalista
Publicado em 29/04/2022 12:15

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Agências continuam em greve. (Foto: arquivo)

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

As pessoas que precisarem de um benefício do INSS hoje precisam esperar pelo menos quatro meses para ter seu pedido analisado pelo órgão. Em greve há 38 dias, servidores do órgão denunciam condições precárias de trabalho e falta de pessoal, mas ajudam a aumentar a fila de espera de pessoas que dependem do benefício para sobreviver.

Em janeiro deste ano, um levantamento exclusivo do portal ClubeNews mostrou que a fila já acumulava 42 mil pedidos de benefícios. De lá pra cá são mais de três meses com inclusão de novas solicitações que entraram na fila, mas o INSS informa que outro levantamento só poderá ser divulgado em julho.

Os grevistas realizaram nesta quinta (28) uma manifestação para na praça Rio Branco. A categoria reivindica reajuste salarial e mais servidores para o quadro.

A assistente social do INSS, Ariane Duarte, diz que o órgão está sofrendo sucateamento e precarização grave, tornando inviável o trabalho dos servidores, além de dificultar a situação daqueles que tentam ter acesso aos seus direitos previdenciários. “Estamos denunciando e dando visibilidade aos problemas do INSS. Falta servidores e estamos há cinco anos sem reajuste no salarial”, reivindica a servidora.

Quem depende da longa espera por um benefício, pode até saber que os servidores têm direito à greve, mas a necessidade de colocar comida na mesa hoje não espera quatro meses. É o caso do trabalhador rural Claudemar Batista, que fez uma cirurgia na coluna e está sem condições de trabalhar. Sem expectativa de começar a receber o auxílio-doença, veio de Inhuma para Teresina pela terceira vez para tentar fazer uma perícia médica e não conseguiu.

“Estou há 16 meses sem receber nada, só de passagem gastei R$ 200 e não vou ser atendido”, desabafa o trabalhador.

Atendimento depende da sorte

Também há espera de atendimento no INSS do Centro Teresina. A advogada Camila Coelho foi acompanhar as irmãs idosas que tentam um benefício e disse que conseguir uma perícia médica é como ganhar na loteria. “Há pessoas que conseguem arriscar. As que moraram na capital vêm todo dia, mas para quem mora no interior é complicado. Não tem como ter a certeza que o segurado vai ser atendido”.

No país são mais de 2 milhões de requerimentos na fila e o tempo médio de espera é de 113 dias, segundo o INSS.

No Piauí, a greve foi decidida durante uma assembleia geral, realizada no dia 17 de março, pelo Sintsprev-PI. Entre as reivindicações, estão o reajuste salarial de 19,9%, o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa, a revogação da PEC do Teto dos Gastos e a promoção de concursos públicos para técnico de seguro social, pois há um déficit de servidores, contribuindo para as filas longas, segundo o sindicato.

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