4 de julho de 2025

Regulação do SUS: pacientes com doenças crônicas esperam por meses em fila para atendimento

Wesley Igor

Publicado em 10/05/2022 21:23

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Hospital Getúlio Vargas. (Foto: Jonas Carvalho/ Portal ClubeNews)

Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br

A dificuldade em conseguir atendimento na rede pública de saúde da capital, Teresina, tem gerado preocupação aos pacientes de doenças crônicas, que necessitam de assistência especializada. São centenas de piauienses na fila de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com Williams Cardec, presidente da Comissão de Direitos da Saúde da OAB-PI, para entrar na fila é necessário que os pacientes, já com o encaminhamento, se direcionam a sede da Prefeitura Municipal (PMT). No entanto, ele explica que muitos, nem sequer, conseguem ter acesso à fila.

“A prefeitura entra em contato com a secretaria e essa secretaria coloca essa pessoa num sistema que é, na realidade, um sistema de espera para que ele possa, pelo menos, entrar na fila. Então, além das pessoas que já existem na fila, temos várias pessoas que nem na fila conseguem entrar ainda”, disse.

Em Teresina, dois hospitais recebem pessoas de outros municípios que necessitam desses cuidados especializados: Hospital Getúlio Vargas (HGV) e Hospital Universitário (HU). O Hospital Areolino de Abreu também oferece esses atendimentos. No entanto, é destinado apenas para pacientes que residem na capital.

Sobre essa situação preocupante, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que a marcação de consultas e exames especializados, por meio do SUS, é feita de forma online. Além disso, são respeitadas as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, em que a oferta de vagas depende da disponibilidade dos profissionais, dos hospitais e clínicas cadastradas.

Durante a Pandemia da Covid-19, os atendimentos foram suspensos em todo o país. Em Teresina, só houve a retomada no segundo semestre de 2021, gerando, assim, uma demanda reprimida em determinadas especialidades.

Para quem precisa de atendimento especializado

Maria do Amparo é lavradora e mora na zona Rural de Altos, no Norte do Piauí. Ela é mãe de uma menina portadora da doença de Crohn, síndrome que afeta o sistema digestivo. Dessa forma, sua filha necessita de atendimento que possa proporcioná-la uma melhor qualidade de vida. 

“Tenho dificuldade para marcar as consultas dela há mais de seis meses e que tá no sistema, nunca é liberado. Sempre fica em análise e ela necessita da consulta a cada três meses, necessita de laudo, receita e exame para dar entrada na medicação dela por conta que é muito cara e não temos condições de comprar”, relatou a mãe.

Segundo a médica gastroenterologista, Joice Maranhão, é importante que, em casos como esse, o tratamento seja feito de forma contínua. Caso haja essas irregularidades, o paciente pode ter o quadro de sua doença evoluído de forma grave.

“O paciente acompanhado de forma regular é possível que a gente faça um tratamento, por mais que não se tenha a cura, mas tem um controle da doença para o paciente ter a remissão da doença, que é quando ela fica inativa e, consequentemente, alcançar o que a gente tanto almeja que a qualidade de vida desse paciente”, afirmou.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto

 

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