Wesley Igor Gomes
wesleygomes@tvclube.com.br
A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) lançou, nesta sexta-feira (17), o Protocolo Cidadão de Produção de Dados Contra LGBTQIA+. A ferramenta vai levantar informações sobre crimes contra essa população para que, assim, possa orientar os setores de estatística e análise criminal da SSP-PI e da Polícia Militar (PM).
Para a mestra em sociologia e pesquisadora de gênero e sexualidades, do Núcleo de Estudos de Gênero e Desenvolvimento, Jullyane Teixeira, a iniciativa é de grande importância para que se possa obter dados mais consistentes sobre as agressões vividas pela comunidade. “Sem dados é impossível compreender a complexidade de violências cometidas contra LGBTQIA+”, destacou.
Ela pontua que, por meio do protocolo, será possível identificar a natureza dos crimes, o perfil dos agressores e as motivações, além de buscar meios para que essa realidade seja combatida.
“A partir disso, propor e reivindicar políticas públicas que visem a promoção da diversidade e a garantia de direitos da população LGBTQIA+. Esse passo é apenas o início numa longa caminhada contra a intolerância e o preconceito”, disse Jullyane.
O protocolo, assinado nesta sexta-feira, acontece no mês em celebração ao orgulho, emancipação e aceitação de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, pessoas transgênero, queer ou questionantes, intersexo ou agênero e assexuais ou arromânticos.
Visibilidade
Segundo o delegado João Marcelo de Aguiar, coordenador do protocolo, o documento ajudará na visibilidade dos casos de violência. Dessa forma, será possível implementar políticas públicas mais inclusivas, proporcionando segurança a essas pessoas.
“A partir desse protocolo, a gente pretende visibilizar esses dados e devolver à população, a sociedade civil organizada, dados que, além de serem bem coletados, são representativos dessa dinâmica criminal”, explicou.
A Secretaria de Segurança Pública ressalta que o protocolo, apesar de ser destinado ao público interno das polícias civil e militar, será acessível aos participantes ativos dos movimentos sociais.
Os primeiros dados estão previstos para serem divulgados em julho de 2023.
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