Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com

Uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revela que uma em cada quatro crianças ou adolescentes sofre com ansiedade, ou depressão. Para identificar e auxiliar os filhos nesse quadro de saúde, o Portal ClubeNews traz dicas de um profissional da saúde mental para lidar com esta situação da maneira correta. O tratamento das crianças também possibilitam uma relação mais próxima com os pais.

Os pais precisam ficar atentos aos sinais de irritabilidade, impaciência e falta de atenção dos filhos. Esses foram os sinais que o filho da dona de casa Josenilda Paiva apresentou. Desde então, há dois anos, ele faz tratamento para ansiedade. A mãe relata que os sintomas trouxeram muitos prejuízos à educação e ao ambiente social do filho, João Victor.

A psicóloga Maria Paula Nery informa que os sintomas de ansiedade patológica podem se estender para o medo exessivo e dificuldade para sair de casa. Com a pandemia, os pequenos passaram muito tempo dentro de casa e afastados dos perigos das ruas. Por isso, esta foi uma maneira vista por eles de se manterem seguros em adversidades.

Os pais e responsáveis também podem recorrer aos profissionais da Educação, que acompanham os seus filhos nas escolas, para informações sobre o comportamento deles em sala de aula.

Além disso, observar o ambiente em que a criança é livre para se expressar permite acompanhar cada oscilação de humor, transtorno emocional ou qualquer irregularidade apresentada por ela.

LAZER

Para manter uma saúde psicológica estável dos filhos, psicólogos orientam que além do tratamento profissional, os pais precisam propiciar às crianças e adolescentes momentos diários de lazer. A medida prioriza o bem-estar das crianças e as deixam aptas para uma abertura emocional de fala sobre os seus sentimentos. Assim, os pais podem ter mais facilidade para conversar sobre possíveis angústias.

“É muito importante que tenha um momento dos pais com a criança. Se não pode ser um almoço porque os pais estão trabalhando ou a criança tem estudo integral, faz um jantar. Ter um momento no final de semana, de família, de escuta. Não só para saber dos problemas, mas uma coisa boa, de qualidade, que não seja cada um no seu celular. Que seja uma brincadeira, um filme, falar sobre o filme, um parque, um passeio. Isso tudo vai colaborando para facilitar o diálogo e que isso seja uma conversa aberta”, aconselha a psicóloga.

Com o tratamento, João Victor, que passou por esse quadro de ansiedade, ressalta melhorias na qualidade de vida em diversas situações do dia a dia. A mãe de João, Josenilda Paiva, conta que, agora, ele consegue ficar mais calmo em ambientes públicos e ser mais paciente em aguardar algo. João conta que até mesmo o sono melhorou.

“Eu tinha medo de escuro, mas não tenho mais. Já consigo dormir sozinho agora”, disse o adolescente após tratamento.

*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.

Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.