
O Painel Situacional da Covid-19 em Teresina, correspondente à 29ª semana epidemiológica de 2022 (17 a 23 de julho), traz uma série de indicadores positivos. Segundo as projeções do Comitê Operacional de Emergência (COE) lançadas há quase um mês, o comparativo com a semana anterior (28ª) mostrou que:
1) os atendimentos por síndrome gripal reduziram 28% (em queda há quatro semanas sucessivas);
2) os casos confirmados de Covid-19 diminuíram 33% – o que reforça que o pico de casos na capital foi atingido no dia 09 de julho;
3) a taxa de positividade de testes RT-PCR caiu pela metade (de 31% para 15%);
4) as internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) caíram pela primeira vez (17%), depois de um período de “estabilidade alta”;
5) a taxa de transmissão situou-se abaixo da unidade (R0 < 1,0) pela segunda semana consecutiva e atingiu o menor valor das últimas dez semanas (R0 = 0,7);
6) o número de óbitos por semana atingiu estabilidade, embora em patamar elevado (10 óbitos / semana).
Apesar do cenário atual otimista na capital, as internações por Covid-19 costumam ser prolongadas e, portanto, ter caráter acumulativo. Em outras palavras, as internações resultantes dos casos de uma semana se sobrepõem às internações decorrentes dos casos das semanas anteriores. Assim, mesmo com queda do número de casos, as taxas de ocupação de leitos de enfermaria e de UTI podem permanecer elevadas ainda por algumas semanas.
A análise dos óbitos também deve levar em consideração a temporalidade: as mortes por Covid-19 geralmente ocorrem duas a três semanas após a hospitalização. Portanto, é esperado que o número de óbitos pela doença ainda permaneça elevado por algum tempo depois do pico de casos – sendo o indicador mais tardio a apontar piora ou melhora de cenário (o contrário do parâmetro síndrome gripal).
A situação de Teresina como polo assistencial de saúde traz mais uma particularidade a esse cenário. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI), está havendo uma interiorização da onda atual de COVID-19. Entretanto, há uma tendência dos casos mais graves “migrarem” para a rede hospitalar assistencial da capital.
Portanto, ainda que Teresina já tenha enfrentado o seu pico de transmissão da doença, é provável que o sistema hospitalar da cidade ainda se mantenha pressionado nas próximas semanas – o que indica a manutenção dos cuidados referentes às medidas não farmacológicas de prevenção à doença e de todos os esforços para ampliação das coberturas vacinais.
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