22 de dezembro de 2025

“Fiz o que tinha que fazer”, diz Niède Guidon após 50 anos de trabalho na Serra da Capivara

Atualizado em 07/08/2022 17:00

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Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira (Foto: Arquivo ClubeNews)

Durante 50 anos de sua vida dedicados ao Parque Nacional Serra da Capivara, na cidade de São Raimundo Nonato, a arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon revela que sente saudades da rotina que criou ao longo desse período.

A arqueóloga, considerada guardiã da região, precisou se afastar das atividades por questões de saúde, mas deixa claro que gostaria de continuar presente vendo as riquezas do local.

“Estou por ordem da minha médica isolada. Eu gostava muito de ir ao parque, ia todo dia, andava muito e via os animais, a paisagem, que é uma maravilha, os sítios arqueológicos, tudo, e agora fico aqui trancada, mas com a idade a gente tem que se acostumar com as mudanças”, comenta.

Niède é presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), criada para garantir a preservação do patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara.

Reclusa desde o início da pandemia da Covid-19, Niède deu sua primeira entrevista presencial para a TV Clube. No próximo ano, ela completa 90 anos deixando um legado importante para as próximas gerações de profissionais.

“Fiz aquilo que tinha que fazer como arqueóloga encarregada, fiz aquilo que fazia parte do meu trabalho. Trabalhar naquilo que você gosta e se dedicar a isso é realmente aquilo que lhe garante uma vida feliz e tranquila”, revela.

Para a arqueóloga, uma porção de si sempre vai fazer parte do parque e agora outros profissionais continuarão a desenvolver os trabalhos iniciados com o mesmo carinho e relevância.

O parque conta com dois museus, o do Homem Americano e o da Natureza, que mostram tudo que foi descoberto nesses anos de pesquisa. Apesar de todas as conquistas, Niéde quer ser lembrada “simplesmente como uma arqueóloga que gostava do trabalho que fazia”.

Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira (Foto: Arquivo ClubeNews)

PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA

Segundo a Fumdham, Niède Guidon se formou em história natural na Universidade de São Paulo em 1959, mas só estudou “arqueologia em 1975, durante o doutorado na Sorbonne, em Paris, depois de ‘descobrir’ as maravilhosas pinturas rupestres daquela terra seca do sul piauiense”.

Niède é presidente emérita Fumdham, fundação criada para garantir a preservação do patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara.

O parque “soma 135 mil hectares nos municípios de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato, e concentra 1.354 sítios arqueológicos catalogados, sendo 183 preparados para a visitação turística. É a maior concentração de vestígios ancestrais do mundo, o que fez com que o parque fosse reconhecido como patrimônio cultural mundial da humanidade pela Unesco em 1991”, diz a fundação.

VOCÊ VIU? 

Mãe onça recebe nome de “Niède” e filhote é visto pela 1ª vez no Parque Serra da Capivara no Piauí

 

Serra da Capivara – Foto: arquivo ClubeNews

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