21 de dezembro de 2025

Óleo de buriti vira matéria-prima para produção de cera automotiva no Piauí

Atualizado em 14/08/2022 11:00

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Óleo de buriti é fonte para a produção de cera automotiva. (Foto: Reprodução/UFPI)

O buriti é fonte de alimentação, matéria-prima para o artesanato, indústria farmacêutica e cosmética. Cada recurso da planta é indispensável, tendo o seu óleo como exemplo de biocombustível, alternativa sustentável que substitui derivados de petróleo.

Pensando nesse sentido, o coordenador do Grupo de Estudos Avançados em Processos Industriais da Universidade Federal do Piauí (GEAPI/UFPI), Francisco de Assis da Silva Mota, desenvolveu estudos para utilizar o óleo de buriti como matéria-prima na produção cera automotiva a partir do óleo de buriti.

Coordenador do GEAPI/UFPI e do estudo exposto, professor Francisco de Assis da Silva Mota. (Foto: Reprodução/UFPI)

Segundo o professor, a escolha do buriti se deve a possibilidade de aliar sua disponibilidade na indústria com a preservação ambiental. “Com o lançamento do edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para criação de novas tecnologias sustentáveis, pensamos em utilizar o buriti. Ele é uma planta estratégica não só pela sua abundância nos estados do Piauí e Maranhão, mas também por auxiliar na preservação de mananciais. Sem o vegetal não tem água e sem o buriti, teoricamente, não tem como ter a preservação daquele espaço com relação à água”, afirmou.

Com presença constante na indústria farmacêutica, o diferencial em implementar o buriti na produção de cera automotiva diz respeito ao aumento dos recursos. “Enquanto na produção de remédios e cosméticos eu vou precisar de uma pequena quantidade, para as ceras de carros a necessidade é bem maior, considerando a necessidade de polir e conservar os veículos por inteiro. Desse modo, a demanda dos recursos é superior, por isso conseguiremos preservar áreas mais extensas e todo o ecossistema que as envolve”, disse o pesquisador.

Integração Universidade e Mercado

Assis Mota conta que a participação de empresas para patrocínio da pesquisa e desenvolvimento em maior escala da cera automotiva é fundamental. “Temos o apoio de uma empresa que já faz a extração da cera de carnaúba e que se interessou pelo buriti. O produto tem abrangência na região, além de possuir um potencial de mercado”, frisou.

Processo de obtenção da cera automotiva realizada em laboratório – Foto: Reprodução/UFPI

Para o professor, a parceria que integra Universidade e mercado possibilita benefícios para ambos os lados. “A partir do momento que nós demonstramos que somos capazes de gerar riquezas, valores, as indústrias vão aportar recursos aqui e, com isso, esses bens retornam para a academia, de forma que eu possa manter outras pesquisas, alunos e fazer com que eles consigam alavancar os seus currículos”, disse.

Com a conquista de recursos, a proposta é envolver a participação dos estudantes nas ações do projeto. “Como a pesquisa foi iniciada durante a pandemia, eu conduzi praticamente sozinho até o momento. Entretanto, na medida que formos angariando mais recursos, queremos mais estudantes e incentivos para o nosso laboratório”, comentou.

Professor Assis Mota manuseando equipamentos durante análise do óleo de buriti. (Foto: Reprodução/UFPI)

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