8 de junho de 2025

Emprego: profissionais com mais de 50 anos enfrentam barreiras em 78% das empresas

Lucy Brandão

Jornalista
Publicado em 22/08/2022 13:27

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(Foto: Pixabay)

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

Mais de 700 mil pessoas com mais de 50 anos perderam seus empregos durante a pandemia da Covid-19, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho). E apesar da projeção de que 57% da força de trabalho brasileira terá mais de 45 anos até 2040, são poucas as empresas que se preparam para esse cenário. Uma pesquisa da Maturi, empresa especializada no mercado 50+, em parceria com a EY Brasil, aponta que 78% das organizações são etaristas. Isso significa que quase 8 em cada 10 empresas apresentam algum tipo de preconceito, intolerância ou discriminação contra pessoas com mais idade.

Outro dado que chama atenção no levantamento é que 80% das empresas não contam com políticas contra discriminação no processo seletivo. Além de não ter políticas sobre o assunto no processo seletivo, 33% das empresas não possuem sequer ações voltadas para o tema. Das empresas que possuem ações, a maioria delas é voltada para grupos de afinidade e palestras de conscientização.

O estudo mostrou ainda que a maioria dos líderes nas empresas pesquisadas tem mais de 50 anos, mas não consegue perceber a importância de levantar esse tema. Para 30% deles, o assunto não é uma prioridade na sua gestão.

Por outro lado, a pesquisa aponta que 42% considera prioridade assuntos como inclusão, diversidade e equidade. Dentre as empresas que acham importante criar estratégias para as minorias, apenas 45% levam em conta a questão etária, contra 75% das empresas que se preocupam com a questão étnica e de gênero.

Para a consultora de carreira com experiência em recursos humanos, Lílian Gomes, o Brasil é um país que está envelhecendo de forma rápida e em um futuro não muito distante boa parte da mão de obra disponível terá mais de 45 anos. “Não dá para fechar os olhos para esse tema. As empresas precisam criar estratégias que amparem o trabalhador senior. Essa valorização precisa acontecer hoje, mas é preciso pensar também em longo prazo para que lá na frente estes trabalhadores estejam disponíveis para as vagas e dispostos a compartilhar suas experiências com os mais jovens dentro da organização”, destaca.

A pesquisa da Maturi em parceria com a EY Brasil ouviu 191 empresas em 13 setores diferentes para obter os dados. Com o título “por que as pessoas com mais de 50 anos não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?”, o levantamento mostrou dados relevantes para nortear políticas de valorização do trabalhador 50+.

Para o fundador da Maturi, Mórris Litvak, o Brasil vive uma guerra global de talentos. “Ao mesmo tempo em que presenciamos desemprego em níveis recordes durante a pandemia, setores mais relacionados à tecnologia e inovação enfrentam um déficit de mão de obra que não será preenchido apenas com a abertura de vagas em universidades. Principalmente, porque olhar exclusivamente para o início da formação profissional significa deixar de fora a parcela da população que mais cresce no Brasil e no mundo: o público 50+”.

 

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