
Evaldo Bandeira e a mãe, Deuzanir Bandeira, puderam voltar para casa aliviados, na terça-feira (30), depois do sonhado transplante de rim realizado em um hospital particular de Teresina.
O procedimento foi realizado no dia 24 de agosto. Evaldo tem 27 anos e é paciente renal crônico, nasceu sem um dos rins e com problema no outro. Ele passou a vida inteira realizando o tratamento conservador, que inclui dieta e acompanhamento médico. Porém, em março de 2022, seu único rim também começou a piorar e perder a função.
Dona Deuzanir, de 52 anos, descobriu a patologia do filho ainda na gestação, e já sabia que era doadora compatível há mais de 10 anos. Só esperava ansiosa pelo momento certo.
“Não sabíamos quando o transplante iria acontecer. Foi uma espera longa e difícil para mim, porque eu estava envelhecendo e tinha medo de não conseguir. Passei esses anos todos me preparando, minha responsabilidade foi me manter bem. E agora a responsabilidade é dele, de manter o tratamento com um novo rim e seguir com muita saúde”, contou.
Apesar da espera, a doação foi um sucesso. O transplante ocorreu sem nenhuma intercorrência e Evaldo teve alta seis dias após o procedimento. Na saída para casa, os profissionais de saúde que acompanharam os pacientes no HUP preparam uma surpresa com a presença da família e homenagens.
Para Evaldo o sentimento agora é de alívio e muita felicidade. “Eu me sinto extremamente feliz. Minha mãe sempre colocou a doação como uma missão de vida e sou grato por isso. Quero continuar o tratamento e cuidar muito bem desse rim para ele durar a vida toda. O que não é impossível. Eu tenho como exemplo o meu médico que há mais de 30 anos realizou o transplante. Minha missão é essa: viver muitos anos e ter muita qualidade de vida”, destacou.
Médico também já teve que passar por transplante
O nefrologista Avelar Alves, que realizou a cirurgia, revelou que já havia passado por um transplante de rim, situação que o fez optar por ser médico.
“Eu tive uma patologia com 21 anos e transplantei. Depois disso, virei nefrologista. Para mim virou uma bandeira e um propósito de vida. Eu passei por todas essas fases e sei o quanto isso é doloroso, não só para o paciente, mas para toda a família”, pontua o médico.
Situação no Brasil
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2021 mais de 15 mil pacientes esperavam por um rim no Brasil. No último ano, por conta da redução de transplantes na pandemia, mais de 3 mil desses pacientes não resistiram e acabaram morrendo na fila de espera.
O médico explica a importância do transplante para o tratamento da doença. “Hoje existem dois tipos de terapia renal: a hemodiálise e o transplante renal. Incontestavelmente o transplante é a melhor terapia. O paciente ganha mais independência e uma melhor qualidade de vida”.
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