28 de julho de 2025

Quase 20% das famílias piauienses têm contas atrasadas, segundo a CNC

Lucy Brandão

Jornalista
Publicado em 18/09/2022 21:00

Compartilhe:

No Piauí, 19,6% das famílias possuem contas atrasadas. Foi o que apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de agosto, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ainda assim, o estado é o segundo menos endividado do Nordeste, perdendo apenas para a Paraíba (8,4%). O Rio Grande do Norte lidera na região com 42,9% das famílias com dívidas atrasadas.

Entre as famílias sem condições de pagar dívidas, o Piauí ficou em oitavo lugar dentre os nove estados do Nordeste com 4,5%, atrás somente de Sergipe (4,3%).

No Ceará, 14,1% das famílias não tinham condição de pagar as dívidas em agosto, seguido da Bahia (13,5%) e Pernambuco (13,2%).

Outro dado da pesquisa se refere à proporção de famílias endividadas, que no Piauí foi de 62% – menor percentual entre os nove estados nordestinos, seguido da Bahia (64,8%) e Alagoas (72,7%).

Na outra ponta, o estado com maior proporção de famílias endividadas foi o Rio Grande do Norte com 85,7%. Na sequência aparecem Pernambuco (81,5%) e Sergipe (79%).

O endividamento das famílias aumentou em todo o país no mês de agosto. O endividamento alcançou 19,4%, percentual que representa alta de 0,5 ponto percentual (p.p) se comparado ao mês anterior e de 1,2 p.p. em relação com agosto do ano passado. Já a inadimplência alcançou 29,6% do total de famílias no país, sendo o maior patamar desde o começo da série histórica em 2010.

Carnês e cartões de lojas de varejo estão entre os meios de compra com maior aumento das dívidas. Segundo a CNC, isso pode ser explicado pela procura por crédito direto no varejo das famílias de menor renda.

Ainda de acordo com a CNC, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva para as famílias com rendimentos até 10 salários mínimos (1,1 p.p), do que entre as famílias de maior renda (0,9 p.p.).

A economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, afirmou que a melhora no mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido os rendimentos das famílias nas faixas mais baixas, mas elas enfrentam dificuldades. “A inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, disse.

Endividamento dos lares

Ainda em agosto, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa chegou a 79% do total dos lares no Brasil. “O crescimento da proporção de endividados acelerou na passagem mensal, com aumento de 1 ponto percentual. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados apontou alta de 6,1 p.p.”, informou a entidade.

Inadimplência

Pelo segundo mês consecutivo, subiu o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas. A segunda alta seguida, que em agosto atingiu 29,6% do total de famílias no país, ocorreu depois da inadimplência se manter moderada entre abril e junho, com o reflexo das medidas de injeção de renda extra, como os saques do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS.

No mês, a proporção de famílias com atraso em contas ou dívidas cresceu 0,6 p.p., enquanto em um ano subiu 4 pontos percentuais. Entre os inadimplentes, 10,8% relataram não ter condições de pagar contas já atrasadas, e, por isso, vão continuar na inadimplência.

“A alta do volume de famílias com contas atrasadas deu-se nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda. Isso mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos”, disse a economista.

 

  Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.

Leia também: