Wesley Igor Gomes*
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Quando dizem que o calor de Teresina, especialmente no famoso e temido B-R-O-Bró, é capaz de cozinhar um ovo, não se enganem, pois é real e aconteceu com Denise Carvalho, proprietária de uma hamburgueria no bairro Bom Princípio, zona Sudeste da capital. Ela esqueceu uma cartela com ovos dentro do carro e, após cerca de oito horas de exposição ao sol, todos estavam cozidos.
Ao retornarem do supermercado, na manhã desta quarta-feira (14), Denise e a companheira levaram as compras para casa. No entanto, acabaram deixando os 20 ovos no veículo estacionado em uma área não coberta no condomínio em que vivem.
A empresária disse ao Portal ClubeNews que, como mora no terceiro andar, tem o hábito de levar as sacolas com as compras pouco a pouco. “Para buscar tudo de uma vez, não tem como. Dessa forma, terminei deixando a cartela de ovo dentro do carro. Fui para o apartamento e ela ficou esquecida”. contou.
Por volta das 17h, a empresária se lembrou da cartela e foi em direção ao automóvel para buscá-la. Já em casa, ela descobriu que os ovos estavam cozidos quando decidiu fritá-los, algo que a surpreendeu bastante.
“Senti que os ovos estavam muito quentes e a cartela estava um pouco pesada. Quando peguei um ovo que eu iria consumir, achei estranho ele meio pesado e falei para a Cleidi (companheira da empresária): ‘tem alguma coisa de errado nesse ovo, tem um pinto dentro ou alguma coisa'”, relembrou.
A surpresa foi tamanha, tanto que Denise registrou o momento em vídeo e compartilhou nas redes sociais. “Gente, eu estou besta. Eu estou besta. Olha aqui, o ovo está cozinhado. Eu estou pasma com isso aqui. Olha a gema do ovo simplesmente cozinhada”, expressou.
Efeito estufa
Sobre essa inusitada situação, o líder do Grupo Interdisciplinar em Energia Renováveis e Tecnologias Sociais, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), professor Juan Aguiar explicou que há uma relação com o efeito estufa. Neste fenômeno, a energia produzida pelo sol fica retida em uma área, dessa forma, ela não se dissemina.
“O sol vem com raios ultravioletas e incide no vidro do carro. Dentro do carro, a frequência da luz muda e os raios se tornam infravermelhos. Esses raios não conseguem voltar e ficam isolados dentro do carro, como uma câmara de aquecimento. Essa câmara armazena energia térmica”, destacou.
Ele também pontuou que, ao abrir o veículo, pode-se observar um calor que sai dele, algo que não é causado somente pelo calor do sol. “Na realidade, os raios infravermelhos estavam lá dentro, aquecendo o estofado. Talvez em um período curto, os ovos não cozinhassem, mas em um período de oito horas, é totalmente possível”.
No fim de 2021, o professor Juan Aguiar e alunos do curso de Engenharia Elétrica, da Uespi, desenvolveram um forno à base de energia solar que tem o efeito estufa como princípio básico para funcionar. Até o momento, o objeto tem utilizado alimentos disponíveis na cesta básica em testes.
A ideia é que o forno fique disponível para a população de baixa renda e comunidades carentes que não possuem acesso ou condições financeiras de adquirir gás de cozinha.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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