O uso de um aparelho celular enquanto estava carregando causou a morte de um jovem de 18 anos, no último domingo (9), no município de União. Por conta disso, a Rede Clube conversou com um especialista para explicar os riscos de fazer o uso de eletrônicos conectados à uma fonte de energia.

Para o engenheiro elétrico Hércules Medeiros, esse mau costume já está inserido na vida das pessoas, mas é necessário se atentar que é errado e perigoso.

“Para a questão dos dispositivos portáteis, seja tablet, celular, notebook, é importante destacar que ele são feitos para manusear desconectados da tomada. Às vezes as pessoas têm o costume de ligar o celular e ficar ali mexendo ‘ah, vou dormir’, coloca o celular do lado, às vezes embaixo do travesseiro com ele ligado no carregador e isso sempre é uma situação muito perigosa”, diz o engenheiro.

Hércules revela que independente de qual seja a marca do celular, é orientado que, ao carregar, o usuário conecte o carregador no celular, coloque o aparelho em algum lugar e, somente após isso, pode conectar o celular na tomada.

“Caso tenha algum dano naquele cabo, algum problema na conexão do celular com o cabo do carregador, a pessoa não vai estar em contato direto, não vai receber um choque e nenhuma descarga. Então nesses dispositivos é sempre importante estarmos de olho não só na questão do cabo estar desgastado, que isso é uma fonte de risco também, mas no próprio manuseio”.

Entre as recomendações e cuidados está em evitar o uso do aparelho conectado à tomada, em especial, nos períodos chuvosos ou com muitos ventos.

“Em situações de chuva ou ventania pode acontecer de um cabo tocar em outro, cair uma descarga atmosférica na rede de energia e essa corrente, essa sobrecorrente, pode vir até a residência e passar através da instalação pelo cabo do carregador e chegar à pessoa que está manuseando”, reforça o especialista.

Para muitos, é costume continuar conectado às redes sociais enquanto o celular está na tomada, mas, principalmente para crianças, o acidente pode ser fatal, como aconteceu com o jovem em União.

“A extremidade do cabo é onde mais se desgasta e isso pode causar queimaduras na pessoa, se for um bebê, por exemplo, uma criança de até 2 anos, o desgaste ao longo do cabo pode produzir corrente suficiente, principalmente porque as crianças normalmente andam descalço, para ser fatal. Toda vez que usamos um dispositivo ligado à tomada, ele pode receber uma corrente, ao atender o celular existe uma proximidade muito grande da ponta do celular com o rosto, então caso tenha algum problema naquela isolação, a pessoa pode tomar um choque e pode vir a ser fatal principalmente por estar próximo à região da cabeça”, destaca.

Risco ainda maior em dispositivos “piratas”

Apesar de muitas pessoas terem o costume de comprar qualquer carregador, os dispositivos precisam do selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), responsável pelo funcionamento e segurança de um produto antes que o mesmo seja vendido ao público alvo.

“O carregador consiste na fonte, que é um transformador que vai mudar essa corrente alternada para uma corrente contínua e essa fonte vai conectada a um cabo que vai fazer essa transferência de corrente contínua até o celular. Caso se tenha um equipamento que não seja aprovado pelo INMETRO, que é o que o pessoal chama de equipamento ‘pirata’ ou ‘não original’, essa fonte não vai estar isolando o suficiente, ou seja, tem uma entrada de 220 Volts e é para ter uma saída de normalmente 5 até 10 Volts, caso tenha algum dano na parte da fonte, na parte da isolação, pode ser que passe uma corrente mais alta e isso venha a ser fatal”, finaliza o engenheiro

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