
Enterrar um parente se tornou um momento ainda mais difícil em Teresina. Além da perda, a população enfrenta dificuldades com a superlotação de todos os espaços destinados a enterros na capital.
Dos 12 cemitérios distribuídos em todas as zonas da cidade, pelo menos dois ainda possuem vagas para novas sepulturas, o da Areias (zona Sul) e Santa Mônica (zona Leste).
Nos demais, existem apenas a disponibilidade de abertura de sepultura aos familiares que já pagam a perpetuidade, ou seja, que compraram uma sepultura há mais de 5 anos.
Com a falta de vagas em cemitérios públicos, a Prefeitura de Teresina construiu um novo cemitério na zona norte da capital para tentar minimizar o problema de superlotação. O Cemitério Camboa, na região do Jacinta Andrade, tem capacidade para mais de 4.000 sepulturas, mas ainda não foi inaugurado.
O superintendente Daniel Carvalho, responsável pela Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas Norte (SAAD-Norte), destaca a importância de um novo cemitério para a cidade.
“Nosso projeto é para que ainda esse ano as licenças estejam concluídas e possamos estar entregando realmente a utilização desse cemitério. As obras estão concluídas, precisamos agora, realmente, apenas da licença de operação para iniciar os serviços cemiteriais no Camboa”.
O local ocupa 14 hectares, mas somente a primeira área, com cerca de 2 hectares, será liberada este ano. A aquisição de lotes para jazigo ainda não foi liberada e vai depender de uma autorização da Câmara de Vereadores. A prefeitura também cobrará a taxa de perpetuidade a cada 5 anos para a permanência de um terreno da mesma família. Além de enterro, o local também conta com estacionamento e uma capela, que poderá ser utilizada para os velórios.
PAGAMENTO DE TAXAS
A auxiliar de tesouraria Carolina Pereira mora em Goiânia, mas precisou viajar para Teresina após a morte da mãe. Ela conta que foi surpreendida com a notícia de que sua mãe, de 54 anos, caiu de uma árvore (mangueira) no quintal de casa e não resistiu aos ferimentos. Carolina precisou vir para Teresina e ficou indignada com os custos para o enterro no cemitério Santa Mônica, mantido pela prefeitura.
Ela recebeu a informação de que precisava pagar uma quantia em dinheiro. “Perguntei o motivo de ter que pagar de novo. Mais R$ 1.800 para levantar uma coisa de cimento para cima? Eu já tinha dado R$ 1.100 e tive que dar mais R$ 1.800, fora do que tive que pagar para comprar o terreno, pois disseram que também tinha valores. É uma coisa que é da prefeitura, mas acaba não sendo da prefeitura. Eu tive condição de pagar no emergencial, com ajuda de amigos e família, e aqueles mais necessitados do que eu? Mais carentes?”, questiona.
O Município confirma que existe uma taxa de R$ 200, que a população precisa pagar a cada 5 anos para manter o terreno do jazigo com a família, caso contrário, após esse prazo, outra pessoa pode ser sepultada no local.
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