8 de julho de 2025

Coren mantém interdição em dois setores da maternidade Wall Ferraz por falta de enfermeiros

Redação

Publicado em 14/12/2022 17:20

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Foto: Emanuel Pereira

O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren) decidiu manter a interdição ética em alguns setores da Maternidade Wall Ferraz nessa quarta-feira (14). Segundo o conselheiro Samuel Freitas, a situação da maternidade continua irregular.

O conselheiro conta que após o pedido de reabilitação ética para desinterdição dos setores, realizado pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), foi enviada uma equipe para fiscalização dos locais para constatar a regulação dos problemas.

“Por designação do presidente, solicitamos que a Comissão de Sindicância e Interdição fosse até a maternidade. Na escala havia um enfermeiro para se dividir em dois setores, o que é ilegal e, na prática, nem o profissional se encontrava lá. Existem seis pontos para a desinterdição do hospital. Destes seis pontos, um já foi atendido. Quatro foram solicitados prazos e o Conselho já deu, mas o principal ponto, ilegal, que é a inexistência de enfermeiros, ainda é constatado”, explica Samuel Freitas.

A decisão foi antecipada pelo Coren em primeira mão no jornal PT1, da TV Clube, nesta quarta-feira (14). A reunião do Conselho, que vai firmar a medida, está prevista para esta quinta-feira (15). Segundo o Coren, a medida é motivada pelas informações preliminares da inspeção realizada na terça-feira (13). O relatório final da visita técnica ainda está em produção.

O Coren solicita a presença de pelo menos um enfermeiro por escala/dia de atendimento em cada setor: o centro cirúrgico e a central de material e esterilização. Samuel Freitas ressalta que o profissional em falta é essencial para realizar cirurgias seguras. “Quando interditamos uma unidade dessa é um caso extremo”, exclama.

“Verificamos que o risco de uma gestante se submeter a um procedimento sem esse profissional é muito maior do que o benefício da maternidade estar aberta, com centro cirúrgico, e tenha consequências que podem chegar até a uma morte”, disse.

Coren-PI interdita setores de Enfermagem na Maternidade Wall Ferraz – Foto: Coren-P

CRISE NA SAÚDE

O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) realizou interdição ética parcial, na segunda-feira (12), na Maternidade Wall Ferraz – conhecido como “Ciamca” – após constatarem a ausência de enfermeiros nos turnos e escalas de plantão em três setores. Os locais interditados foram o centro cirúrgico e a central de material e esterilização.

Os moradores da zona Norte reclamam da falta de referência em saúde na região após a interdição ética parcial do Hospital do Buenos Aires realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) no dia 1º de dezembro. A interdição ética aconteceu após a unidade de saúde não sanar irregularidades que,  segundo o CRM, põem em risco o tratamento dos pacientes.

Segundo o CRM-PI, os problemas encontrados são:

– ausência frequente de soro fisiológico levando a transferências de pacientes, falta de administração e medicações que dependem da solução;

– tratamento inadequado de pacientes (necessidade de volume para tratamento eficaz sem realização por falta da solução), falta de tubo orotraqueais em estoque tamanho 7.5 e 8.0 (os mais usados em adultos);

– ausência de algumas medicações analgésicas e antibióticos, escala de neonatologia incompleta comprometendo a segurança dos recém-nascidos da maternidade, aparelhos de fototerapia antigos e com baixa eficiência;

– falta de luvas de procedimento em tamanho pequeno e médio, entre outros fatos enumerados no relatório técnico do CRM-PI.

Coren-PI interdita setores de Enfermagem na Maternidade Wall Ferraz – Foto: Coren-P

MAIS OCORRÊNCIAS

A secretária geral do CRM, Ana Claudia, informa que a maioria dos problemas também foi constatado em outros hospitais da região.

Gilberto Albuquerque, presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), pediu exoneração do cargo na terça-feira (6). Segundo o gestor,  faltam  recursos para manter os serviços de saúde e existe a necessidade de mudança na chefia do órgão. A Prefeitura de Teresina ainda não anunciou um possível substituto para a posição.

A crise da saúde já é discutido na Câmara Municipal de Teresina (CMT). O vereador Leonardo Eulálio (PL) fala sobre o endividamento da Fundação Municipal de Saúde (FMS).

“Nós temos um endividamento local, individual, em média de R$ 1 milhão por cada hospital e isso nunca aconteceu antes. Somando, dá em torno de R$ 10 milhões. Isso foi um ponto de advertência frisado no relatório para ser solucionado. Os recursos se extinguiram em outubro, não foi agora”, disse.

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