Kelvyn Coutinho*
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Após a morte da estudante Janaína Bezerra em uma festa na Universidade Federal do Piauí (UFPI), ocorrida no último sábado (28), os alunos da instituição reivindicam mais segurança no campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina.
O Diretório Central dos Estudantes da UFPI (DCE UFPI) afirma que o pedido por mais segurança dentro da universidade é uma solicitação antiga.
“A gente quer uma iluminação maior no campus, quer que tenha mais seguranças dentro do campus, que a essa parte da estrutura, dos blocos, haja mais a conexão entre eles e que a própria segurança tenha a característica de ser uma segurança humanizada”, afirmou o diretor do DCE, Fábio Andrade.
Segundo a estudante Milena Leitão, do curso de Pedagogia, o sentimento de medo tomou conta de quem precisa andar pelos corredores da universidade.
“Desde que começaram as aulas, começaram os assaltos nas paradas [de ônibus]. Depois teve um episódio onde uma sala foi trancada e os alunos foram assaltados dentro da sala de aula, entre outros episódios, e agora infelizmente a morte da Janaína. Isso nos prejudica muito, até mesmo o nosso desempenho”, contou.
Em entrevista à TV Clube, a administração da UFPI alega que mantém um efetivo de segurança proporcional ao quadro orçamentário da instituição.
“A Universidade Federal do Piauí, mesmo diante de um quadro orçamentário bastante delicado, tem buscado meios e alternativas para manter o quadro de funcionários de vigilância num quantitativo suficiente para o funcionamento das atividades acadêmicas e administrativas. Atualmente contamos com quase 200 funcionários da vigilância, entre funcionários terceirizados e do quadro efetivo”, afirmou o diretor administrativo da Pró-Reitoria de Administração (PRAD), Alberto Dias.
A violência sofrida pela Janaína foi dentro da universidade, mas o problema de ordem social ultrapassa os muros instituição. Para o especialista em segurança Arnaldo Eugênio, as forças de segurança do estado precisam assumir a responsabilidade e trabalhar com ações efetivas, não apenas em cima do crime depois que ele acontece.
“Essa questão da violência não é uma exclusividade dos campos universitários. O episódio que envolve a Janaína é mais um feminicídio. Nessa mesma semana, já ocorreram outros feminicídios no estado do Piauí. Não existe um plano de segurança pública. Aliás, o ano começou negativo no quesito violência contra a mulher”, comentou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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