
Um dos maiores dilemas de um relacionamento amoroso sem dúvidas é a traição. Para alguns é algo imperdoável, já outros optam por conversar e perdoar. Mas, é válido ressaltar que ninguém passa imune ao constatar uma traição, seja pelas marcas, lições ou até mesmo pelo adoecimento mental que o ato pode causar.
O médico psiquiatra Vicente Gomes explica que o ato de trair pode está relacionado com a personalidade da pessoa, por crescer em ambientes difíceis que a faz repetir padrões ou pela falta de comprometimento com a relação.
“Ser traído é um processo muito doloroso e até semelhante a quem sofre uma violência, um assalto. É uma espécie de luto, a pessoa vive a perda da confiança, empatia, paixão e respeito”, comenta o psiquiatra.
Gomes também comenta que são várias as fazes da descoberta da traição até a sua superação: “desde a negação, o choque e a raiva, o que é natural no processo”.
“O problema é o excesso. O que pode causar prejuízo tanto para terceiros, como para si mesmo. Após, vem a tristeza, mágoa, as lembranças, sente que não pode confiar mais em ninguém, o que pode levar a um processo depressivo”, explica.

ACEITAR E PERDOAR
O médico relata que o ideal é vivenciar a situação e aceitar o que aconteceu para que não se desenvolva ansiedade, tristeza e até mesmo sintomas físicos, como dor de cabeça, dor de barriga e queda de imunidade.
Ele explica que o processo de cura emocional está ligado à aceitação, o que não significa aceitar a condição de traição para que ela se perpetue, mas em aceitar o processo.
“Falamos muito da necessidade do perdão. Perdoar não significa aceitar a situação de permanecer com a pessoa. Ou seja, é perdoar no sentido de se libertar. Não é fácil, mas tem que ter esse perdão. É necessário para que se possa evoluir com segurança e tranquilidade, para que se permita ter novos relacionamentos saudáveis e de confiança. É preciso perdoar para seguir em frente”, afirma o psiquiatra.

CONTINUAR COM A PESSOA QUE TRAIU
Para as pessoas traídas que decidem permanecer com quem traiu, o médico detalha que é possível ter um relacionamento saudável novamente desde que haja muito diálogo, e a parte que traiu tenha consciência do seu erro.
“É importante uma conversa, saber se a pessoa que traiu é consciente da situação, se ela aceita o processo de que errou, saber se o relacionamento vale realmente a pena, se tem algo a mais envolvido, como filhos. É importante refletir também se é a primeira vez ou algo recorrente. Quando tem uma primeira vez e há a percepção do erro, há o perdão e um relacionamento saudável com companhia, cumplicidade e respeito, há tranquilamente e a chance de evolução”, conta o profissional.

O psiquiatra detalha ainda que após serem traídas, algumas pessoas desenvolvem um alto nível de desconfiança, vigilância e até ciúmes possessivo. O que pode ocasionar no desgaste de relacionamentos e que em alguns casos o necessário será buscar ajuda profissional.
“A pessoa fica desconfiada, adquire ciúmes possessivo, não confia, precisa de localização, fotos constantes e a qualquer momento, o que acaba desgastando com essa pressão e não fica um relacionamento saudável. Por isso é necessário o entendimento que a situação passou e caso tenha dificuldade nesse processo é necessário uma ajuda terapêutica”, destaca o médico
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