Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro-PI) e líderes sindicais reivindicaram, na Câmara Municipal de Teresina, soluções para o transporte coletivo da capital. Durante a sessão plenária desta terça-feira (7), um grupo acompanhou as discussões no plenário da CMT e proferiu palavras de ordem contra o prefeito Dr. Pessoa (Republicanos)
Uma das membros do grupo, Débora Paiva, cobrou uma medida do Parlamento Municipal. A manifestante lembrou que, em 2022, a Câmara realizou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos transportes que, na sua avaliação, não resolveu o impasse.
“Somos jogados todos os dias das mãos da Prefeitura para o Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina), infelizmente, a Câmara Municipal se mantém omissa. Eles fecham os olhos e fingem não nos enxergar. Então, decidimos que em todas as sessões estaremos aqui, expondo os nossos problemas, porque já tivemos audiências com a Câmara e nada foi feito. Não tivemos nenhum tipo de resposta”, disse.
Prefeitura empenhada
Durante discurso na tribuna, o líder da Prefeitura na CMT – vereador Antônio José Lira (Republicanos) – foi interrompido com os gritos de protesto dos manifestantes. O líder tem a função de representar o prefeito na Casa e esclarecer os questionamentos apresentados pelo parlamento.
Lira defendeu o Chefe do Executivo e pontuou que a problemática é enfrentada desde as gestões anteriores. O vereador reforçou que Dr. Pessoa está em busca da solução.
“Quando eu me manifestei e tiveram uma reação, eu falei o que eu acho. Se tiver alguém que quer resolver o problema do transporte público, é o prefeito Dr. Pessoa. Ele está emprenhado. Nós estamos conversando com os empresários, com os usuários, estamos fazendo todos os estudos. E por que não fizeram antes? Não fizeram antes porque é um problema de muito tempo”, afirmou.
Audiência pública conjunta
O vereador Dudu Borges (PT) propôs a realização de uma audiência pública no anfiteatro da Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, com a presença de deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). A matéria foi aprovada por unanimidade.
“Vamos conversar com toda a população em aberto, colocar a cara a tapa para que povo possa participar ativamente. Não dá para a gente ter o Centro de Teresina esvaziado, quebrado. Não dá para os trabalhadores estarem aqui se humilhando”, reforçou.
Ao portal ClubeNews, o presidente da Alepi – Franzé Silva (PT) – reiterou a necessidade de implantação de um decreto de emergência e convocou os demais deputados a apresentar sugestões na audiência.
“Queremos fazer um debate que apresente soluções e rumos para que o estado do Piauí não veja sua capital paralisada, praticamente. Vamos fazer esse debate e apresentar sugestões”.
O que diz o Setut?
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) reconheceu que a categoria tem enfrentado dificuldades financeiras. Disse ainda que a Prefeitura não faz os repasses mensais referente à parcela de contribuição do Município para a manutenção do sistema.
“O sistema de transporte público enfrenta desequilíbrio econômico e déficit operacional. O Setut esclarece que já enviou um ofício à Strans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito) informando a situação e aguarda retorno da Prefeitura para uma resolução efetiva desse problema. A gestão municipal deve assumir a responsabilidade e sua omissão tem prejudicado a todos: população, trabalhadores e concessionárias”, disse por meio de nota.
Já a Strans ressaltou que “busca resolver as questões do transporte público junto às empresas que operam o transporte na Capital e assim garantir o serviço com qualidade aos usuários do transporte”.
Em entrevista à TV Clube, Bruno Pessoa, da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), informou que vai se reunir nesta terça-feira (7) com o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), Franzé Silva (PT); o presidente da Câmara Municipal de Teresina, vereador Enzo Samuel (PDT); e representantes da Comissão de Transportes para buscar soluções que possam sanar a crise.
Paralisação de motoristas e cobradores
Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina paralisaram as atividades das 6h às 8h, na segunda-feira (6), após o aviso – por parte do Setut – que poderiam ficar sem o pagamento desse mês.
Em nota, o Setut informou que enfrenta dificuldades financeiras em virtude do “constante descumprimento por parte da Prefeitura de Teresina dos repasses de subsídios devidos”, acrescentou.
PARALISAÇÃO: Motoristas e cobradores paralisam serviços após anúncio de “falta de pagamento”
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