
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
Um pequeno ponto rosa e branco chama a atenção de quem passa à noite pela Avenida Poty Velho, no bairro Santa Maria, zona Norte de Teresina. O carrinho gourmet cheio de guloseimas proporciona felicidade ao paladar de quem ama doces, ao mesmo tempo em que carrega os sonhos e as incertezas de uma empreendedora que confessa sofrer de ansiedade.
A Danielle Freitas é técnica em Enfermagem, mas se aventurou no mundo da confeitaria em 2015. Fazia bolos decorados, brigadeiros, festas na caixa e cuidava das vendas. Tudo estava bem, até a chegada da pandemia da Covid-19.
A jovem de 29 anos teve uma crise de ansiedade que a impediu de continuar seu trabalho. Mas, ao receber incentivo de amigos que apreciam seus doces, ela transformou suas incertezas em motivação para se reerguer.
Danielle encontrou, na referida avenida, uma chance de enfrentar sua ansiedade e mostrar que empreender nas ruas pode ser um negócio lucrativo.
COMO TUDO COMEÇOU
A empreendedora foi convidada por uma amiga, dona de uma hamburgueria, para vender os doces em frente ao seu estabelecimento. Ela aceitou o convite, arrumou um carrinho para expor as guloseimas e reinventou o seu próprio negócio.
Colorido em rosa e branco, o novo negócio trouxe mais alívio às angústias de Danielle, que voltou a ter renda no empreendedorismo. Segundo ela, um acompanhamento psicológico também ajudou neste processo.
“Vai fazer um mês que estou com o carrinho gourmet, mas já faturei mais de R$ 2 mil em vendas. Eu já encomendei outro carrinho para colocar em outro ponto da cidade”, disse animada.
PRECONCEITO E O EMPREENDER NA RUA
Assim como a maioria das pessoas que empreendem nas ruas, a jovem também já foi vítima de preconceito. No caso de Danielle, as atitudes de intolerância partiram dos próprios familiares.
“O preconceito começa na família, porque eu sou formada em técnica em Enfermagem, mas estou vendendo doces na rua. Eu não me importo, tenho objetivos e sei que, com as minhas vendas, vou conseguir alcançá-los”, afirmou.
Todo o esforço proporcionou resultados positivos ao faturamento e à saúde mental de Danielle, que está muito satisfeita com seu novo empreendimento.
“Eu vendia os doces somente online, mas as minhas vendas triplicaram quando coloquei o carrinho gourmet na rua. Porque há uma diferença entre comprar após ver um vídeo ou fotos e comprar ao ter contato visual e sentindo o cheiro do produto”, declarou.
A quem pretende montar o próprio negócio, a vendedora confirma: empreender na rua é um trabalho lucrativo.
“É essencial ter um bom planejamento, definir metas, expandir conhecimentos e, acima de tudo, acreditar em si. Tudo tem um começo e ninguém começa grande”, pontuou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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