
Atualizada às 9h40
Carlienne Carpaso e Jonas Carvalho
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O ex-capitão da Polícia Militar, Allison Wattson da Silva Nascimento, acusado de matar a estudante de direito, Camilla Pereira de Abreu, de 21 anos, vai à júri popular nesta sexta-feira (24). O crime ocorreu em 26 de outubro de 2017. Os familiares da estudante fizeram um protesto em frente ao Fórum Criminal de Teresina, onde ocorrerá o julgamento; eles pedem por pena máxima. A defesa do ex-capitão defende tiro acidental.
O júri vai acontecer no Fórum Cívil e Criminal a partir das 9h, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho. O promotor do caso é João Benigno Filho, que terá como assistente as advogadas de acusação Ravenna Castro e Carla Oliveira. Na defesa do réu estão os advogados Francisco de Assis Silva e Daniella Carla Gomes Freitas.
O pai de Camilla Abreu, Jean Carlos, conta que a família está ansiosa com o julgamento e aguarda a condenação. Ele fala da saudade da filha.
“Dia 26 de outubro vai completar quatro anos que ela foi assassinada. E principalmente nas datas comemorativas sempre lembramos dela, como dia dos pais, dia das crianças, o ano novo, aniversários de familiares. Eu só quero justiça, que justiça seja feita. Que ele seja condenado e peque pena máxima para pelo menos amenizar a dor e o sofrimento da família”, declara o pai.
Jean Carlos fala que vive o sofrimento de relembrar a morte da filha. “É um filme voltando todo o sofrimento desde o desaparecimento dela até o dia que ele mostrou o corpo dela lá lixão, que ele abandonou. Né possível que ele, que era um oficial conhecedor das leis, oficial da polícia, que era para proteger e resguardar a sociedade. A gente pensava que ele estava fazendo a segurança dela, tirou a vida dela”, diz.
O réu será julgado pelos crimes de homicídio qualificado; destruição, subração e ocultação de cadáver; fraude processual e feminicídio. O advogado de Defesa do ex-capitão, Francisco da Silva Filho, alega que os autos confiram tiro acidental.
“A defesa não tem outra tese a não ser a que encontra nos autos através das perícias técnicas realizadas. Na verdade, houve um acidente, um disparo acidental, que culminou, infelizmente, na morte da vítima. A própria perícia descreve isso. Se quem conduz a investigação não quer aceitar o resultado e quer divulgar o que não tem nos autos; infelizmente, isso é um desserviço”.