7 de julho de 2025

Raiva canina circula há dois anos no PI, diz CRMV; Teresina investiga caso

Carlienne Carpaso

Editora
Publicado em 28/09/2021 15:47

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FMS investiga caso de raiva canina em Teresina (Foto: divulgação)

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí, médico veterinário Anísio Ferreira, alerta que a doença raiva canina já está circulando pelo Piauí há pelo menos dois anos. Nesta terça-feira (28), a Gerência de Zoonoses da Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que investiga um caso suspeito. O animal não domiciliado chegou a morder uma moradora do bairro Aroeiras, região da Pedra Mole, na Zona Leste de Teresina. A informação é de que o primeiro (exame de imunofluorescência) já deu positivo. A FMS aguarda o resultado de mais dois exames para confirmar a doença.

“Isso é algo que a gente vem alertando há dois anos. A raiva está circulando no Piauí. O vírus precisa ser monitorado. É preciso abordar a necessidade do serviço de vigilância”, diz o médico veterinário.

Anísio Ferreira ressalta a necessidade de vigilância do vírus rábico. “Nós sabemos que temos casos confirmados em animais silvestres e herbívoros no estado do Piauí, aumentando nos últimos três anos. E, agora, somos tomados de surpresa com um caso de confirmação pelo exame de imunofluorescência na cidade de Teresina. Isso alerta as autoridades sanitárias para maior enfrentamento da doença e a vacinação de cães e gatos para conter esse vírus no círculo urbano. Não podemos deixar a primeira doença identificada na humanidade ressurgir nos dias de hoje”, afirma.

De acordo com a Gerência de Zoonoses, o animal que agrediu uma mulher no bairro Aroeiras foi imediatamente recolhido. A paciente está sendo monitorada e tomando medicação específica.  Além disso, a Gerência realiza na região “uma ação de bloqueio, com vacinação dos animais da região, e monitoramento dos moradores”.

O diretor do Centro de Zoonoses, Paulo Maques, declarou que o cachorro foi sacrificado porque estava bastante debilitado e para a realização da coleta do material no crânio do animal, que será enviado para São Paulo. Um terceiro teste foi feito em Teresina e o resultado sai em 21 dias.

“Precisamos dos três testes positivos para confirmar a doença. Mesmo sem o resultado definitivo, começamos o bloqueio da área no raio de 5 km, com a investigação dos animais de rua e domésticos da região onde o cachorro morava. Vamos acompanhar o comportamento deles durante 10 dias”, explicou o diretor.

Campanha de vacinação 

Anísio Ferreira também fez críticas com o adiamento da campanha de vacinação antirrábica em Teresina. O Dia D da campanha estava prevista, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, para ocorrer no último sábado (25).

“A campanha em Teresina não ocorreu por falta de seringas. O órgão seja estadual ou municipal tem a obrigação de proteger a sociedade contra a raiva. Há mais de três anos, acompanhamos mais de 169 municípios que deixaram de fazer a campanha por falta de vacina. A Prefeitura de Teresina nunca tinha deixado de vacinar. O conselho está acompanhando os casos. É preciso bloquear o ciclo (de transmissão) com a vacinação de cães e gatos”.

 

Como prevenir a raiva?

No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico.

O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro. Nos casos de agressão por cães e gatos, quando possível, observar o animal por 10 dias para ver se ele manifesta doença ou morre.

IMPORTANTE: Caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente.

A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que consequentemente previne também a raiva humana.

Deve-se sempre evitar de se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo.

Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.

Fonte: Ministério da Saúde

 

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