Tempo seco e quente atrai animais peçonhentos, veja os cuidados recomendados

No período de janeiro a outubro desse ano, 274 casos envolvendo estes animais foram registrados no Hospital Petrônio Portela

Instituto De Doenças Tropicais Natan Portela. Foto: site/Governo do Estado

Thálef Santos
thalefsantos@tvclube.com

Durante o período conhecido pelos piauienses de “BRO-BRÓ”, aumenta o número de casos de acidentes envolvendo animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões; animais responsáveis por 50% dos atendimentos desse tipo no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina.

Cidadãos relatam que quando encontram animais do tipo em suas casas a primeira reação é sempre a mesma: buscar uma forma de mata-lo, o que não é recomendado. A reação pode acabar agravando a situação se alguém for ferido.

Os períodos quentes e secos agitam esses animais que podem chegar até os moradores mais próximos. É nesse mesmo período que a frequência de atendimento desse tipo de caso aumenta.

No Instituto De Doenças Tropicais Natan Portela, no período de janeiro a outubro desse ano, 274 casos envolvendo estes animais foram registrados, formando a média de um caso por dia. Desse total, 30% dos casos envolveram escorpiões.

Recomendações

Em acidentes com animais peçonhentos, deve-se procurar atendimento imediato e evitar medidas tomadas por conta própria. Infectologistas alertam que as medidas conhecidas em crenças populares de retirada do veneno não devem ser utilizadas; tais medidas podem agravar a situação e podem pôr em risco a vida do infectado.

Nestes casos o recomendado é sempre procurar avaliação médica o quanto antes e se necessário, lavar o ferimento com água e sabão.

Na capital o Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela realiza esses atendimentos e recomenda que os hospitais regionais de saúde mais próximos sejam procurados para os acidentes nos demais municípios.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, os animais peçonhentos que oferecem maior risco de acidentes são:

Cobra Coral (verdadeira/falsa).(Foto: Luiz Paulo Lima/Instituto Butantã)

Cobras

As serpentes ocupam o segundo lugar na lista de casos com animais peçonhentos. Cada espécie de cobra possui um risco diferente e muitas vezes é necessário o uso de soro no tratamento.

Não é necessário levar o animal até o local de atendimento, as características do animal devem ser explicadas para a equipe que irá realizar os devidos procedimentos.

JARARACA (Soro Antibotrópico ou soro Antibotrópico-crotálico)

Possui fosseta loreal ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda, com escamas e cor geralmente parda. Nomes populares: Caiçara, Jararacuçu, Urutu, Jararaca do Rabo Branco, Cotiara, Cruzeira e outros. As espécies mais agressivas e encontram-se em locais úmidos.

CASCAVEL (Soro Anticrotálico ou Soro Antibotrópico-crotálico)

Possui fosseta loreal ou lacrimal, a extremidade da cauda apresenta guizo ou chocalho de cor amarelada. Nomes populares: Cascavel, Boicininga, Maracambóia, etc. Essas serpentes são menos agressivas que as jararacas e encontram-se em locais secos

CORAL VERDADEIRA (Soro Antielapídico)

Não possui fosseta loreal (atenção: ausência de fosseta loreal é característica de não venenosas. As corais são exceção). Coloração em anéis vermelhos, pretos, brancos e amarelos. Nomes populares: Coral, Coral verdadeira, Boicará, etc. São encontradas em tocas e possuem hábitos subterrâneos. Essas serpentes não são agressivas. Seus acidentes são raros, porém, pelo risco de insuficiência respiratória aguda, devem ser considerados como graves.

Aranha Marrom. (Foto: Fiocruz)

Aranhas

As aranhas que buscam abrigo em locais mais quentes não devem ser atacadas nem tocadas. Neste casos e para todo animal do tipo os bombeiros, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou a Polícia Ambiental devem ser acionados para o local.

ARANHA MARROM (loxosceles)

Aranha pouca agressiva, com hábitos noturnos. Encontrada em pilhas de tijolos, telhas, beira de barracos, nas residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas.

ARANHA ARMADEIRA (Phoneutria)

Aranha muito agressiva, com hábitos vespertinos e noturnos. Encontrada em bananeiras, folhagens, entre madeira e pedras empilhadas e no interior de residências.

Escorpião. (Foto: Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina)

ESCORPIÃO (Tytus)

Os escorpiões são pouco agressivos e tem hábitos noturnos. Encontram-se em pilhas de madeira, cercas, sob pedras e nas residências. Duas espécies merecem maior atenção médica: T. serralatus (amarelo) e T. bahiensis (marrom).

Lagarta Taturana. (Foto: site/Mundo Estranho)

TATURANAS (Lonomia)

As lagartas, também conhecidas como lagartas de fogo e oruga, são larvas das mariposas. Vivem durante o dia agrupadas nos troncos de árvores, onde causam acidentes em contato com seus espinhos.

O Corpo de Bombeiros também informa alguns cuidados a serem tomados para evitar o surgimento desses animais; são eles:

  • Não acumular entulho, lixo doméstico, ferro velho, telhas e tijolos, mantendo limpo quintais, jardins e terrenos baldios;Ao aparar a grama, recolher as folhas caídas;
  • O lixo deve sempre ser mantido fechado em sacos plásticos;
  • Andar sempre calçado;
  • Ao trabalhar com construção, usar luva de raspa de couro para proteção;
  • Não usar inseticida contra o animal;
  • Jamais introduzir a mão em frestas ou buracos no chão, como tocas de tatus e cupinzeiros;
  • Olhar por onde caminha atenciosamente e em locais onde se deseja apanhar pequenos objetos ou animais;
  • Fazer a limpeza de locais com vasta folhagem, usando botas, luvas e calças compridas;
  • Os jardins devem ser limpos, a grama aparada e as plantas ornamentais e trepadeiras devem ser afastadas das casas e podadas para que os galhos não toquem o chão;
  • Matagais e montes de folhas mais ou menos secas merecem atenção redobrada;
  • Muros e calçamentos devem ser cuidados para que não apresentem frestas onde a umidade se acumule e os animais possam se esconder;
  • Por telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque, chão e soleiras de portas com saquinhos de areia ou frisos de borracha;
  • Combater a infestação de baratas e roedores;
  • Não tentar diferenciar cobras venenosas das não venenosas. Somente um especialista pode verificar a diferença entre as duas;
  • Não manusear animais peçonhentos vivos ou mortos;
  • Evitar o amontoamento de sapatos, roupas e utensílios domésticos;
  • Manter berços e camas afastados da parede;
  • Evitar lençóis que toquem o chão;
  • Bater colchões antes de usá-los;
  • Limpar constantemente ralos de banheiros, cozinhas, caixas de gordura e esgoto, mantendo fechados quando não em uso;
  • Mudar periodicamente de lugar materiais de construção sem uso, lembrando de proteger as mãos com luvas;
  • Evitar queimar terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões e outros animais;
  • Roupas, calçados e toalhas devem sempre ser examinados antes de usados;
  • Importantíssimo preservar os predadores naturais dos escorpiões: corujas, macacos, sapos, galinhas e gansos;
  • Acidentes com animais peçonhentos não são muito frequentes, mas ao se deparar com os mesmos, mantenha a calma.

 


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