Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br

Uma mulher conhecida como Samara Barbie foi presa na tarde desta quarta-feira (7), na cidade de Parnaíba, suspeita de ser proprietária de uma casa de prostituição onde ocorria aliciamento de menores.

De acordo com o delegado regional de Parnaíba, Willams Pinheiro, a Polícia Civil do Pará entrou em contato com as forças policiais do litoral piauiense informando que haveria indícios de tráfico de menores do estado para Parnaíba.

“Trata-se de uma investigação de uma casa de prostituição, onde estava ocorrendo prostituição de adolescentes. Esse fato chegou ao nosso conhecimento através de uma investigação da Polícia Civil do Pará, que entrou em contato conosco e informou que possivelmente haveria um tráfico de menores aqui na cidade. Uma menor que residia no estado do Pará estaria supostamente em uma casa aqui sendo mantida em cárcere privado”, afirmou.

A polícia paraense informou um endereço de Parnaíba onde a menor estaria sendo mantida e uma equipe da Polícia Civil do Piauí foi designada para verificar a denúncia in loco.

“Fomos verificar esse endereço, que é de uma casa noturna. A Polícia Civil entrou no local e lá flagrou uma adolescente naquele estabelecimento, que relatou que veio de fora [da cidade] e que estava se prostituindo naquela casa noturna. Diante desta situação, o gerente daquela casa noturna foi preso e conduzido para a Central de Flagrantes. O homem foi autuado em flagrante delito e a menor foi encaminhada aos seus familiares. Através da Delegacia da Mulher, continuamos a investigação e conseguimos um mandado de prisão preventiva em desfavor da proprietária da casa noturna, que também vai responder pelo crime”, declarou.

O delegado afirmou que foram feitas diversas buscas para encontrar a proprietária do local onde a adolescente estava, mas que a polícia não obteve sucesso em encontrá-la. No entanto, em uma operação para investigar crimes contra o patrimônio, foi constatado indício de furto de energia na casa noturna e o companheiro da suspeita foi preso, levando ela a comparecer na Central de Flagrantes, onde foi presa.

“Fizemos investigações para localizá-la. Várias vezes foi feita busca na cidade e ela não foi encontrada. Hoje, outra equipe da Polícia Civil, fazendo investigações de crimes contra o patrimônio, chegou a essa mesma casa noturna e foi feito um flagrante de furto de energia. Foi lavrado o auto de prisão em flagrante do namorado da proprietária, que trabalha com ela no estabelecimento. São duas casas noturnas – uma em Parnaíba e outra em Luís Correia – onde há indícios e informações do delegado competente que haveria furto de energia. Até o momento, a proprietária não tinha sido encontrada, mas pela tarde ela se apresentou na Central de Flagrantes, por conta dessa situação do furto de energia, e lá foi dado cumprimento ao mandado de prisão preventiva”, comentou.

Questionado sobre os valores estimados do furto de energia, o delegado mencionou que o total ainda não foi contabilizado pela polícia, mas está sendo analisado. Sobre a idade da menor encontrada na casa noturna, Willams declarou que a adolescente tem entre 16 e 17 anos.

“É costume dessas casas noturnas conseguir menores ou até pessoas adultas de outras cidades. Chegando aqui, essas menores são agraciadas com alguns bens materiais – celulares, roupas, perfumes – gerando uma dívida com a proprietária e ficando impedidas de voltarem para suas residências, em seus respectivos estados, porque tem uma dívida, sendo praticamente mantidas em cárcere privado e ficam praticando a prostituição naqueles ambientes”, disse.

Sobre a punição legal para os envolvidos no caso, o delegado completou que as penas podem chegar até 10 anos de prisão.

“Com relação ao favorecimento da prostituição de crianças e adolescentes, a pena varia de quatro a dez anos de reclusão, é uma pena pesada. Com relação ao cárcere privado, a investigação vai ter que andar para entender se havia esse cárcere, se havia algum tráfico de pessoas, com a prisão dela hoje vamos esclarecer vários pontos para entender se há esse tipo de ocorrência aqui”, finalizou.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.

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