
O médico Gilberto Albuquerque oficializou o pedido de exoneração da presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS) na manhã desta quinta-feira (8). O prefeito Dr. Pessoa deve anunciar o nome do substituto na sexta-feira (9).
A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Semcom) da Prefeitura de Teresina.
A Semcom informou que “o prefeito de Teresina, doutor Pessoa, recebeu na manhã desta quinta-feira (08), documento oficial assinado pelo presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, onde o mesmo solicita exoneração do cargo de presidente da FMS”.
Na nota enviada à imprensa, o prefeito agradeceu os serviços prestados e ressaltou que o médico “demonstrou boa vontade e empenho pessoal durante momentos delicados como o enfrentamento à pandemia e na condução da vacinação contra o coronavírus na capital piauiense”.
Ao anunciar o pedido de exoneração, Gilberto comentou que a luta contra a Covid-19 desde 2020 foi muito intensa e que “muitas dificuldades foram ultrapassadas.
“Agora enfrentamos uma situação financeira muito séria. Então, temos dificuldade em manter o exercício com os recursos que temos hoje. Eu acho que está na hora de mudar. A Fundação já mudou sua diretoria toda, agora falta mudar só a presidência. Então, vamos concluir essa mudança da presidência”, completa Gilberto.
CRISE NA SAÚDE
Gilberto Albuquerque deixa a presidência da FMS após mudanças na gestão do órgão e da interdição ética parcial do Hospital Buenos Aires, na zona Norte de Teresina, na última semana.
A interdição ética aconteceu após a unidade de saúde não sanar irregularidades que, segundo o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), põem em risco o tratamento dos pacientes.
De acordo com o CRM-PI, a fiscalização apontou problemas que arriscam o tratamento de pacientes no local e comprometem a prestação de serviços médicos, como a falta de insumos básicos, de medicamentos e até de profissionais. Outra denúncia apurada pelo CRM-PI em parceria com o Ministério Público do Piauí (MPPI) é o atendimento por telemedicina de uma bebê.
Os pacientes internados que não puderem ser encaminhados para outras unidades ficarão sob supervisão médica até a alta.
A interdição acontece por tempo indeterminado e será revogada assim que as irregularidades forem sanadas.
Antes de deixar o cargo, Albuquerque concedeu entrevistas relatando que parte do relatório do CRM já está sendo atendido.
A crise da saúde já é discutido na Câmara Municipal de Teresina (CMT). O vereador Leonardo Eulálio (PL) fala sobre o endividamento da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
“Nós temos um endividamento local, individual, em média de R$ 1 milhão por cada hospital e isso nunca aconteceu antes. Somando, dá em torno de R$ 10 milhões. Isso foi um ponto de advertência frisado no relatório para ser solucionado. Os recursos se extinguiram em outubro, não foi agora”, disse.
O vereador relata que “há tempos que a secretaria de finanças e outros órgãos vêm alocando recursos para FMS”.