
Jonas Carvalho
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Dos acordes do violão que animavam as reuniões em família, apenas lembranças mantêm viva a canção que um dia fez o músico André Reoli, de 31 anos, brilhar os olhos para a carreira musical. O principal autor dessa história, segundo ele, foi o pai, Geovane Oliveira, que faleceu em um acidente de carro e não teve a oportunidade de ver o filho subir aos palcos.
A semente plantada, como destacou, foi regada pelas boas memórias e inspirações que sobressaem nomes renomados do mundo artístico. As noites de clima ameno no município de Oeiras, terra natal de André Reoli, eram embaladas pelas serestas do Seu Geovane entre bares e restaurantes da primeira capital do Piauí.
“Meu pai, infelizmente, faleceu quando eu tinha 6 anos, mas sempre tive a imagem dele na minha mente, cantando. E isso eu acredito que tenha um peso enorme nesse rumo que fui tomando. Como músico, quando guri, eu tinha um radinho, que era o ‘meu primeiro gradiente’. Lembro que com ele, eu e meu pai, a gente gravava muita música, cantando juntos”, rememorou o músico.
Inspiração
As trilhas sonoras que tocavam em casa iam desde o fenômeno da época, Zezé de Camargo e Luciano, até o sucesso mundial da banda inglesa The Beatles. Segundo o músico, pai e filho se encontravam em uma só canção. “Eu sempre tive essa lembrança na minha cabeça. Talvez não tenha tido influência direta, mas fica marcado essa coisa de você ter o pai como ídolo”.
Sobre o passado, apenas momentos marcantes sobreviveram ao cotidiano corrido. O repertório eclético o fez seguir seu próprio rumo com a banda de rock Muzak, na qual atua como vocalista e baixista. De acordo com ele, a agenda tem crescido desde 2017, dando espaço às suas composições autorais.
Expressão e arte
Ao longo do tempo, a música deixou de ser apenas melodias cantadas e passou a atuar como instrumento terapêutico. André Reoli conta que as canções exprimem suas emoções mais profundas, dando forma a sentimentos abstratos e motivando novas produções.
“Hoje eu acho a música uma parte importante da sociedade. Ela serve como uma forma de você fugir de algumas coisas. No meu caso, quando eu tenho alguma coisa para externar, eu tento fazer isso em forma de canção. Eu faço uma música ou eu componho alguma coisa. É a minha forma de expressar o que sinto para o mundo”, explicou.
Mais reconhecimento
André Reoli também falou sobre o apoio aos artistas que estão iniciando seus próprios caminhos. Segundo o cantor, a “ponta do iceberg” mostra apenas casos de famosos que deram certo e possuem carreira consolidada.
“Ela cura a alma. A gente não vê tanto esse apelo às pessoas que estão nas bases, como a gente vê aqui na nossa capital. Espero que a música não pare. Sempre costumo dizer que a vida sem a música é um caos”, finalizou.