29 de julho de 2025

Wellington Dias afirma que decreto poderá passar por mudanças

Kelvyn Coutinho

Publicado em 29/11/2021 22:40

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Governador do Piauí, Wellington Dias. (Foto: Jonas Carvalho/Portal ClubeNews)

Kelvyn Coutinho e Jonas Carvalho
kelvyn@tvclube.com.br

O governador Wellington Dias (PT) afirmou que pode fazer alterações no decreto estadual publicado nesse domingo (29), que estabeleceu restrições de público em eventos e shows até o dia 2 de janeiro de 2022, período que engloba as festas de fim de ano.

De acordo com o chefe do Executivo, ao elaborar o decreto, o governo procurou manter as regras de combate à Covid-19 que já estavam vigentes, sem avançar na liberação de serviços e ampliação de público em eventos devido à crescente alta no número de casos em alguns municípios piauienses e à nova variante ômicron do coronavírus, descoberta recentemente na África do Sul.

“O que a gente buscou foi manter regras que já estavam vigentes sem dar um novo passo em razão da nova variante e dos cuidados apontados pela própria Anvisa e agora abraçados pelo Ministério da Saúde. O que eu pedi foi que a equipe da Vigilância Sanitária, a Saúde, o Comitê Científico e junto com a Secretaria de Governo e a Procuradoria possam fazer uma revisão para que não deixe qualquer dúvida. Decreto bom é aquele que você lê e compreende exatamente qual é a determinação. Se tiver alguma alteração que precisar ser feita, nós vamos fazer”, disse o governador.

Alguns estados, como o vizinho Ceará, já anunciaram que vão proibir a realização de grandes eventos de Réveillon, como forma de coibir a transmissão da Covid-19 durante o período de festas. Questionado sobre qual será a política adotada no Piauí em relação a esse período, Wellington Dias afirmou que, até o momento, o Comitê de Operações Emergenciais (COE) tem sinalizado que é possível a realização de festas menores, com limitações de público e seguindo as regras sanitárias.

“Por enquanto, o que nós estamos sinalizando é de manter regras ainda com limitação. É possível festas menores, como já está estabelecido, dentro dos limites que foram colocados, e ao mesmo tempo temos a necessidade de manter a cautela, manter os cuidados. Nós ainda temos que continuar avançado na vacinação e aguardar a liberação de medicamentos. São dois passos fundamentais para podermos dizer que temos chance de voltar à uma nova normalidade”, comentou o petista.

Acerca do uso da máscara, o governador declarou que continua sendo obrigatório em todos os ambientes, mas que caso a meta de vacinar 80% da população com pelo menos uma dose seja alcançada em dezembro, a posição sobre as máscaras pode ser revista.

“O uso da máscara permanece. Nós vamos ter uma avaliação agora em dezembro e temos uma meta – que é alcançar 80% das pessoas vacinadas no estado do Piauí, estamos na casa dos 75%, com pelo menos uma dose – a partir daí nós vamos seguir a ciência. O comitê científico está avaliando, por enquanto continua obrigatório, em algum momento em dezembro, tendo segurança e uma posição nova do comitê, nós adotaremos as medidas”, explicou Wellington.

A respeito do Carnaval, o governador comentou que a posição sobre liberar ou proibir as festas de rua dependerá de uma posição do COE, que vai analisar o cenário da pandemia no estado e no país e emitirá um parecer até o início de janeiro.

“A previsão é que o comitê científico analise essa questão até o início de janeiro. Nós vamos ter agora regras para o período de Natal e Ano Novo sendo estabelecidas a partir da avaliação do comitê até 15 de dezembro. Por enquanto, estão mantidas as regras atuais. Do mesmo jeito, em janeiro nós vamos estar acompanhando, até lá nós teremos um quadro sobre a nova variante, um quadro geral do Brasil. A minha ideia, junto com outros governadores, é de evitar grandes eventos. Nós já chegamos até aqui e não podemos jogar fora todo esse esforço que fizemos”, reforçou.

Nova variante

No último sábado (27), o governo federal proibiu a entrada de voos que tenham como destino ou passagem seis países do continente africano – África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue – como forma de impedir a circulação da variante ômicron do coronavírus no Brasil.

Sobre a medida, o governador do Piauí declarou ser a favor do fechamento de fronteiras com esses países, mas analisou que a proibição deveria se estender a todos os países que tiveram casos confirmados da nova cepa do vírus.

“Nós aprovamos as medidas adotadas tanto pela Anvisa quanto  pelo governo federal, e não só em relação aos seis países da África, já que hoje nós temos a presença de pessoas com a nova variante em mais países. Por essa razão, o caminho deve ser, de um lado, restrições em relação a voos, mas também a exigência de testes, como fazem os outros países. Estive fora do Brasil e 72h antes de viajar tem que fazer um exame PCR, ao chegar, também precisa fazer exame e durante o período que ficar, pelo menos nos cinco dias seguintes, também tem que fazer exame. Com isso, se chegar alguém com alguma variação do coronavírus, temos condição de colocar em isolamento e cuidar para evitar a propagação”, opinou o chefe do Executivo.

Questionado se pode haver um novo lockdown no Piauí caso a variante comece a circular em território nacional, Wellington descartou a possibilidade e afirmou que hoje o Brasil tem mais estrutura e recursos para controlar a circulação do vírus, como aconteceu com a variante delta. Até o momento, não foram confirmados casos da delta no Piauí.

“Nesse instante, nós estamos mantendo regras que já vinham sendo trabalhadas. Nós temos situações como essa do evento da Expoapi que já estava aprovada como um evento-teste, onde as equipes vão estar seguindo o regramento, o pessoal que chega de fora sendo testado, com todos os cuidados e a exigência do uso da máscara. Ao mesmo tempo, os demais eventos, é possível fazer na forma das regras já estabelecidas”, destacou Wellington.

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