Carlienne Carpaso e Lucy Brandão
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Empresários de Teresina estão sendo alvos de um novo golpe praticado por criminosos em meios virtuais. O Portal ClubeNews apurou que, desde a semana passada, alguns empresários estão recebendo ligações e mensagens pelo WhatsApp da empresa com ameaças de um suposto membro de facção criminosa exigindo transferência bancária mediante ameaças. Eles dizem, por exemplo, que descobriram o endereço da empresa após identificar que os empresários denunciaram ações da facção para a polícia.
As informações recebidas pelo ClubeNews apontam para um modo de operação muito semelhante entre os casos relatados pelas vítimas. Há suspeitas de que as informações utilizadas pelos criminosos possam estar sendo obtidas pelo perfil das empresas nas redes sociais. A equipe de reportagem conversou com três empresários de Teresina.
Golpes
Uma empresária da zona leste foi vítima do novo golpe na semana passada. Assustada, ele prefere não se identificar e diz que não procurou a polícia para registrar Boletim de Ocorrência com medo de represália dos bandidos, até o momento.
“No começo do mês eles mandaram várias mensagens no nosso WhatsApp querendo falar com a proprietária, mas não respondemos. Depois de muitas tentativas sem resposta mandaram um vídeo dizendo que estavam vindo para cá, daí atendi a ligação deles feita pelo o aplicativo de mensagens”, conta.
Ela relata momentos de pavor na conversa com os criminosos que tinham informações sobre o endereço do estabelecimento e o horário que costumam fechar.
“A conversa era confusa, eles falaram que teve um assalto aqui na rua da empresa, e que alguém daqui havia denunciado os rapazes e eles foram presos, com isso tiveram prejuízo e queriam dinheiro para não vir aqui e matar todo mundo”.
Pelo WhatsApp, a empresária recebeu também vídeos ameaçadores de pessoas portando armas de fogo e avisando que iriam matar quem estivesse no estabelecimento.
Com medo, a empresária acabou fazendo uma transferência por Pix no valor de R$ 100 para os bandidos. “Ainda estou morrendo de medo disso tudo, por isso resolvi não denunciar. Eles sabem onde estamos localizados, vai que eles realmente mandam alguém aqui”, relata.
Na zona Sul de Teresina, outro empresário foi surpreendido com o golpe nesta terça-feira (28), mas percebeu que era falsa a presença do crimino na região ao fazer perguntas sobre qual era o seu estabelecimento e com o que ele trabalhava.
“Eu não respondi a mensagem e eles ligaram via WhatsApp. Ele disse que era o chefe do tráfico da região, que a gente estava denunciando eles para a polícia militar, uma forma de ameaça para querer praticar o crime de extorsão. Eu acho que o cara está na Bahia, comprou um chip com o DDD daqui do Piauí para aplicar o golpe”.
Também na zona Sul, outra empresária recebeu ameaças dizendo que a identificaram após descobrir que ela denunciou as “bocas de fumo” da facção para a polícia. “Falaram que tinha dois carros próximos da empresa, que qualquer hora se ela não responde, ele ia dar ordem de matar quem estivesse em casa. Falei com alguns amigos da polícia e perceberam o golpe”.
Denuncie
O delegado adjunto da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, Francírio Queiroz, diz que já soube dessa nova modalidade de golpe, mas nenhuma vítima teve coragem de registrar o Boletim de Ocorrência, mesmo com a possibilidade de denúncia anônima pelo site.
Ele ressalta a importância das vítimas registrarem o boletim de ocorrência para que os crimes sejam investigados e os culpados presos.
“Tomamos conhecimento de maneira informal. A apuração preliminar é de que esses criminosos estão aplicando golpes fora do estado do Piauí. É preciso que as pessoas registrem o boletim de ocorrência para nós darmos encaminhamento nas investigações. A pessoa pode registrar o boletim online e fornecer os dados dos criminosos, como chave PIX, telefone”.
É preciso ter cautela ao transferir qualquer quantia em dinheiro, ainda mais sob ameaças. Sem registro formal na Polícia Civil, os criminosos podem fazer mais vítimas.
Ao receber qualquer mensagem ou ligação, desconfie do número e tente manter a calma.
Inicialmente, a suspeita é de os criminosos terem acesso ao WhatsApp da empresa por meio de outra rede social, como o Instagram. Assim, eles possuem endereço e funcionamento.
O Portal ClubeNews também apurou que os DDD são de outro estado e até mesmo do Piauí, como 86 e 81. Em um dos números, a foto do perfil faz referência a uma facção criminosa.
FAÇA BOLETIM DE OCORRÊNCIA NO LINK: https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/home
Ou aponte a câmera do seu aparelho celular no QR Code abaixo para ter acesso ao link.