Melancolia de ano novo: até quando é normal?

O médico psiquiatra Vicente Gomes explica até que ponto essa reflexão é normal

(Foto: Agência Brasil)

O fim de ano traz uma reflexão natural para muitas pessoas sobre a vida, que pode estar acompanhada de sentimentos como solidão ou melancolia, principalmente durante a pandemia. Para entender melhor e lidar com esses sentimentos, o médico psiquiatra Vicente Gomes explica até que ponto essa reflexão é normal.

Vicente conta que “esse período (durante a pandemia) favorece o surgimento de sintomas depressivos e de ansiedade”. Segundo o psiquiatra, as pessoas podem ter gatilhos ou algum tipo de alteração no comportamento nesse momento. “Os sentimentos durante a reflexão variam de pessoa para pessoa e cada um deve buscar reconhecer e respeitar o seu momento”, diz o médico.

Solidão

Fugir da solidão é uma recomendação do especialista para esta situação, mas Vicente afirma que deve-se observar para não confundir esse sentimento com solitude (que é o desejo voluntário de estar só). No caso de isolamento, mesmo com pessoas a sua volta, com tristeza e desmotivação, comprometendo a alimentação e o ânimo, significa que a reflexão não está mais saudável.

Segundo Vicente, a primeira coisa a se fazer é identificar que você está passando por isso e respeitar o momento. O médico fala que por mais que tenham momentos de reunião com familiares ou amigos durante o Natal, é normal algumas pessoas não se sentirem a vontade para comemorar e estar presentes com os demais nessas situações.

Distanciamento necessário

“Caso seja apenas um período de solitude, basta que respeite o momento até que a pessoa se encontre em paz e tranquilidade. Mas quando está relacionado aos sentimentos negativos deve-se manter cuidado e se possível consultar um médico especialista para evitar um cenário pior”, indica.

Se você conhece alguém que está passando por esta situação, o médico recomenda que tente ajudar, acolher e acompanhar, sempre respeitando o momento e os sentimentos do próximo. Quando for notável muitos sentimentos negativos, o recomendado é oferecer ajuda profissional.

Médico psiquiatra Dr. Vicente Gomes em seu escritório. (Foto: divulgação/redes sociais)

Ajude mais pessoas

O Centro de Valorização da Vida (CVV) recebe por dia no Brasil cerca de 8.200 ligações, ou o equivalente a cerca de 3 milhões de ligações por ano, por meio do telefone gratuito 188, funcionando 24 horas e atendendo a todos os municípios do país.

Para ser voluntário do CVV a pessoa precisa: ter disponibilidade de pelo menos quatro horas semanais para o atendimento telefônico das pessoas que buscam apoio emocional, ser maior de idade e participar do curso de seleção e capacitação de novos voluntários.

O curso de capacitação é gratuito e as inscrições podem ser feitas pela internet. O contato é o e-mail teresina@cvv.org.br. No curso são repassadas as técnicas de apoio emocional,  com detalhes sobre as formas de escuta do outro, bem como as formas de se conversar com as pessoas, com total empatia para com os sentimentos das pessoas que procuram o CVV.

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