Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br
Levantamento feito pelo consórcio de imprensa formado pelos veículos da Rede Clube apontou que há uma subnotificação de casos confirmados de Covid-19 no Piauí. A pesquisa incluiu dados de 11 municípios piauienses, apontados como centros regionais de saúde, segundo o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Piauí (Cosems).
Segundo os dados reunidos pelo consórcio, somando apenas cinco municípios incluídos na pesquisa, nas últimas 24 horas foram confirmados 260 casos da doença. Conforme o boletim epidemiológico da Sesapi, o número de casos confirmados em todo o Piauí no mesmo período teria sido de 235.
O suposto ataque hacker ocorrido em dezembro do ano passado ao sistema e-SUS – utilizado pelo Ministério da Saúde para compilar os dados sobre a Covid-19 no Brasil – teria causado dificuldades para estados e municípios registrarem todos os casos de coronavírus, impossibilitando aos gestores, cientistas e pesquisadores dimensionarem o real status da pandemia no país. É o que afirma o pesquisador em saúde pública e professor, Emídio Matos.
“De fato, esse suposto ataque hacker tem prejudicado a tomada de decisões no país inteiro e aqui no Piauí não seria diferente. E é esse o resultado que nós temos atualmente, estamos às escuras em relação às informações da pandemia de Covid-19”, afirmou o professor.
Gestão estadual
De acordo com a Sesapi, apesar das instabilidades no e-SUS, o boletim epidemiológico diário continua a ser divulgado. Ainda segundo a secretaria, a pasta utiliza outro sistema disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
“A gente puxa essa informação dos dois sistemas, faz um cruzamento para ver se tem o paciente nos dois – se tiver, eliminamos de um para não haver o registro duplicado – e faz a divulgação. Por conta de nós trabalharmos com esses dois sistemas, o Piauí é um dos únicos estados que nunca deixou de divulgar o boletim”, informou Fabiano Barbosa, gerente de Tecnologia da Informação da Sesapi.
Questionado sobre a possibilidade do Piauí ter um sistema próprio para registrar o número de casos de Covid-19, Fabiano acredita que não seria possível essa implementação depois de quase dois anos de pandemia.
“Teria que ter sido pensado, acredito eu, lá no início. Para a gente fazer esse processo agora, seria bem mais complicado puxar essa responsabilidade para um banco de dados nosso”, completa o gerente de TI.
*Sob supervisão da jornalista Lucy Brandão.
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