21 de novembro de 2025

Espécies de andorinhas migram do Caribe e de Cuba até o Piauí

Atualizado em 19/01/2022 13:20

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O observador de aves Eudes Feitosa registrou, no início do mês, espécies de andorinhas vindas de Cuba e do Caribe que chamaram a atenção dos especialistas em aves pela raridade das visitas. Os pássaros foram vistos no município de Patos do Piauí, em um ginásio poliesportivo da cidade. Ao tomar conhecimento do ocorrido, a Prefeitura Municipal isolou o local para a proteção das aves.

Eudes é observador há três anos e possui um vasto portfólio da natureza. O vídeo dele ganhou destaque nas redes sociais com o flagrante das andorinhas-cubanas (Progne cryptoleuca)  e andorinhas-do-caribe (Progne dominicensis). Outros observadores e ambientalistas levantaram o debate sobre a proteção das espécies que repousam em fios de energia da quadra poliesportiva do povoado Cajueiro, no município de Patos do Piauí.

Eudes conta que os refletores da quadra assustam as aves e alguns moradores pediram a instalação de redes para impedir o pouso dos pássaros no local. Especialistas visitaram as andorinhas e a Prefeitura de Patos divulgou nas redes sociais uma nota:

A Prefeitura Municipal de Patos do Piauí informa a toda população que o município, mais precisamente no Povoado Cajueiro, tem recebido a visita de duas espécies das aves Andorinhas: a Andorinha-do-Caribe e a Andorinha-Cubana, pela primeira vez registrada no Brasil. Segundo fotógrafos e ambientalistas, as espécies são migratórias e devem sair do país em breve.

Diante disso, a Prefeitura Municipal informa que para não interferir na passagem das espécies pela cidade, a Quadra Poliesportiva do Cajueiro, onde as aves estão hospedadas, ficará fechada e sem a utilização dos refletores nesse período.

A Prefeitura sensibiliza ainda a população local para que colabore com essa causa ambiental e que aproveite/registre a presença ilustre dessas aves na cidade.

Reprodução e migração

Em entrevista ao G1 de Campinas e Região, o ornitólogo Luciano Lima fala que as espécies se reproduzem cada uma em sua região de origem como o nome condiz e então, partem em migração para a América do Sul. De acordo com ele, até pouco tempo não havia ocorrência dessas espécies no Brasil.

“As primeiras evidências sobre a presença das espécies por aqui foram a partir de indivíduos marcados com geolocalizadores (pequenos dispositivos colocados como se fossem uma mochila nas aves, capazes registrar os locais visitados por elas). Alguns indivíduos foram marcados com geolocalizadores em Cuba e na República Dominicana. No ano seguinte, quando os pesquisadores conseguiram recapturar as aves, descobriram que todas elas haviam migrado para região Nordeste do Brasil e norte de MG”, explica Luciano.

O ornitólogo conta que apesar de já haver conhecimento do voo das aves pelo Brasil, não havia registro local dos pássaros no país e diz que pela concentração, o local deve ser importante para as aves. “É importante lembrar também que as espécies de aves migratórias, bem como seus refúgios são protegidos por lei”, finaliza.

Andorinha-cubana registrada por Edudes Feitosa. (Foto: @aves-piaui)

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