
Kelvyn Coutinho*
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Em 2021, foi registrado um crescimento exponencial no número de atendimentos no Centro de Referência voltado a pessoas em situação de rua. Segundo a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), apesar de não existir um censo oficial com dados sobre esse público até o momento, o projeto está em construção e deve ser finalizado em breve.
No ano de 2020, foram registrados 608 atendimentos a pessoas em situação de rua no Centro Pop. Em 2021, o número de atendimentos chegou a 2.442, um aumento de 401% em relação ao ano anterior.
Segundo a Semcaspi, o Centro Pop é responsável por realizar o primeiro atendimento à essa população. No espaço, localizado na região Centro-Sul da capital, pessoas em situação de rua podem tomar banho, ter acesso a alimentação gratuita, usar lavanderia e, se necessário, serem encaminhadas para abrigos temporários, benefícios sociais ou atendimento de saúde.
Além do acesso por meio voluntário, o órgão tem o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), que realiza trabalho socioassistencial de abordagem e busca ativa para identificar pessoas em situação de rua utilizando espaços públicos como ambiente de moradia e sobrevivência. Em 2020, o SEAS realizou 386 abordagens, enquanto 694 foram realizadas em 2021.
Para o secretário-executivo de Políticas Integradas da Semcaspi, Eduardo Aguiar, o crescimento do número de atendimentos no Centro Pop se deu devido ao aumento da vulnerabilidade da população e também pelo aumento da oferta de serviços voltados para pessoas em situação de rua.
“Foi potencializada a situação de vulnerabilidade da população, por isso se deu o aumento da população em situação de rua em Teresina. Esse aumento não foi só em Teresina, nós realmente tivemos um aumento marcante de 401%, mas isso se caracteriza também pela oferta do serviço. A oferta do serviço para essa população foi ampliada de acordo com o local, que se tornou mais adequado, e as políticas se firmaram mais em relação a esse público. Então existe todo um contexto”, declarou Eduardo.
Questionado sobre a falta de um censo oficial das pessoas em situação de rua na capital piauiense, o secretário-executivo afirmou que essa ausência é histórica, mas que já está sendo desenvolvido o projeto do censo e que os dados estatísticos devem ser divulgados ainda em 2022.
“É histórico não ter um censo. Em 2021, nós consolidamos a estrutura desse censo, no qual vamos identificar o quantitativo e o perfil dessa população. Atualmente esse censo está em fase de consolidação da estatística. Estamos na fase de construção desses dados, que já foram captados. Estamos analisando esses dados para podermos disponibilizar para a população esse quantitativo e estratégias para que a gente possa minimizar e atender cada dia mais essa população em situação de rua. É uma solução que a gente conseguiu encaminhar no ano de 2021 e vai conseguir entregar em 2022”, completou o gestor.
Políticas Públicas
Uma pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em junho de 2020 estima que há cerca de 101 mil pessoas vivendo em situação de rua no Brasil, concentradas principalmente em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Teresina, com seus 840 mil habitantes, não foge ao quadro nacional. Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), as políticas públicas voltadas para essa população são baseadas nos atendimentos realizados no Centro de Referência Especializado par Pessoas em Situação de Rua, conhecido como Centro Pop.
*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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