Voto feminino completa 90 anos: o que há para comemorar?

Segundo a cientista política Bárbara Yohan, o processo é gradual e interno

 

Urna eletrônica. (Foto: Antônio Augusto/Ascom/TSE)

Na última quinta-feira, dia 24 de fevereiro, foram comemorados os 90 anos de conquista do voto feminino, mas as mulheres ainda têm muito a conquistar quando o assunto é representatividade na política. A cientista política Bárbara Johas destaca que as mulheres são a maioria entre os eleitores, mas minoria entre os eleitos, o que leva a falta de políticas públicas voltadas ao grupo.

Para Bárbara, logo nos primeiros passos para a entrada na política, as mulheres já contam com dificuldades como o próprio interesse pela política e participação na estrutura partidária. “A lei das cotas, do processo de ampliar a representação feminina também está profundamente ligada à democraticidade interna dos partidos”, afirma a cientista. Para ela, além da lei das cotas, é necessário observar dentro dos partidos como são montadas as listas e como as campanhas são financiadas.

A especialista ressalta também que, além das mulheres, outras minorias também sofrem com o desfalque de representação política, como a comunidade LGBTQIA+.

Bárbara Johas, cientista política. (Foto: arquivo)

“Nós temos uma dificuldade muito grande das mulheres conseguirem se colocar nesse processo, conseguirem ter igualdade no acesso aos fundos, igualdade de posição nas listas dos partidos. Tudo isso é um empecilho muito grande”, afirma.

O processo de integração feminina na política está acontecendo a passos lentos. Apesar da abertura ao voto implicar num avanço social, o trabalho de cuidados em geral ainda é associado às mulheres, que acabam sobrecarregadas com as responsabilidades. A cientista conta que vários estudos neste sentido já foram veiculados pela Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres. Essa questão é considerada pelas mulheres ao pensar na política, sobrepondo o peso da responsabilidade profissional de entrada no ramo.

“Nosso lugar é em todo lugar da sociedade, inclusive na política. Nós somos tão capazes quanto os homens, então meu chamado é: olhem com atenção para as mulheres que estarão concorrendo no processo eleitoral. Entendam que nós podemos sim exercer todos os cargos políticos”, finaliza Bárbara Johas.

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