As mulheres cada vez mais são referências dentro de seus núcleos familiares, representam parte fundamental da força de trabalho na educação e também na saúde, a mulher pode ser mãe, trabalhar fora de casa, cuidar da casa, entre outras atividades que tornam o seu dia a dia bastante corrido. As mulheres desempenham múltiplos papeis na sociedade e algumas vezes são incompreendidas por se dividirem entre a vida familiar e a profissional, elas querem cuidar de tudo e de todos, mas às vezes esquecem o cuidado principal: que é cuidar de si, da sua própria saúde.
Além de uma dedicação intensa à sua rotina, dos obstáculos que enfrentam no meio profissional e nos relacionamentos afetivos; de outros problemas que encaram, a mulher ainda é frequentemente submetida a diversos fatores estressores, sejam físicos ou psicológicos, como mudanças hormonais, o medo da violência, e do abuso, o que prejudica a manutenção e estabilidade de sua saúde mental.
Alguns fatores podem atuar como potencializadores para o adoecimento mental das mulheres dentre eles podemos mencionar: questões econômicas, como a dependência financeira do parceiro, da família ou do governo; questões estruturais da sociedade, como a atribuição das tarefas domésticas inteiramente à mulher, colaborando para uma jornada repetitiva e estressante de trabalhar, cuidar da casa e da família; a falta de momentos de lazer; submissão ao parceiro; repressão sexual, assedio no trabalho e violência doméstica.
A mulher é cerca de 1,5 vezes mais vulnerável a transtornos psiquiátricos do que os homens, singularmente, devido a aspectos do ciclo reprodutivo feminino. A depressão afeta duas vezes mais mulheres do que homens e em âmbito global, é a principal causa de incapacidade no trabalho.
O suicídio cresceu cerca de 50% nos últimos 10 anos entre a população feminina. Os suicídios em mulheres apresentam valores inferiores aos suicídios em homens, porém, as mulheres apresentam mais tentativas de suicídio do que estes e estão relacionados a violência de gênero, à depressão, privação social, perdas afetivas de cônjuges e filhos, abortamento, além das singularidades que permeiam as histórias de vidas, pois o suicídio é um fenômeno multifatorial, que varia de acordo com questões psicológicas, sociais, biológicas e culturais. Esse é um tema delicado, mas precisa ser abordado, com responsabilidade, respeito, sem sensacionalismo e principalmente destacando que tem prevenção.
E que fatores podem colaborar para a saúde mental da mulher?
O autocuidado, autoconhecimento e o amor-próprio são fundamentais. Cuidar da autoestima; a manutenção de uma mentalidade positiva; fazer atividade física regularmente; reservar um tempo da rotina para o lazer; desenvolver habilidades sociais de resolução de problemas, de gerenciamento de estresse e de desenvolvimento do autocontrole; afastar-se de relacionamentos tóxicos e abusivos; ter apoio da família; buscar a realização pessoal e profissional; meditar, ter resiliência emocional, de forma a ser capaz de reagir melhor à situações adversas, contando com a ajuda, se necessário de um psicólogo e/ou psiquiatra, também são fatores de proteção para saúde mental da mulheres e que ajudam muito a melhorar o seu psíquico.