Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com
A alta de casos de dengue no Piauí provocou uma grande busca pelo exame que faz o diagnóstico da doença e quem procurou pelo teste, notou a demora de entrega do resultado pode durar até sete dias na rede pública de saúde.
Segundo Herlon Guimarães, superintendente de Atenção Primária à Saúde e Municípios, além da alta demanda o motivos desse atraso se encontram também no formato de teste utilizado. Atualmente, os exames realizados por meios públicos e estaduais são apenas laboratoriais e repassados para análise.
O superintendente informou que uma nota recente do Ministério da Saúde (MS) comunicou haver um desabastecimento dos testes em todos os Lacens – Laboratório Central de Saúde Pública – do país e que os testes rápidos que eram enviados pelo Ministério da Saúde para o Lacen e permitiam resultado em até 48h, não são entregues desde 2010.
Na rede privada, o exame também é realizado e o resultado pode sair até no mesmo dia, mas o valor do teste, custa em torno de R$ 150.
O gestor informa que a exemplo dos testes de Covid, as equipes de atendimento analisam os casos graves, gestantes e óbitos para dar oferecer o diagnóstico.
O MS informa também que em um mês os estoques de testes devem ser reabastecidos, o que deve regularizar a entrega dos exames no Lacen Piauí, que até a chegada da remessa utiliza RT-PCR para a identificação da doença.
Herlon diz que a população precisa manter a calma quanto à doença. “Nós estamos convivendo com a dengue há 40 anos, sabemos toda a sintomatologia, temos toda uma equipe de saúde preparada para a identificação”, afirma. Ele conta que o estado prepara um plano de contingência que será repassado a todos os municípios para oferecer resultados com mais rapidez.
Alerta no estado
Após o grande aumento de casos da dengue e chikungunya, o teste pago se tornou uma alternativa para quem sofre com os sintomas das doenças. O estado do Piauí vem enfrentando uma epidemia de dengue, que teve um crescimento de 351,7% na incidência de casos.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), 83 municípios estão em estado de alerta para a dengue e outros 24 possuem risco alto para a doença. Os municípios de Guadalupe, Jerumenha, Alvorada do Gurguéia, Fartura do Piauí e Marcos Parente são as cinco cidades piauienses com maior índice de infestação de Aedes aegypti.
Segundo os dados divulgados da 12ª Semana Epidemiológica, de janeiro a março deste ano foram registrados no Piauí 761 casos de dengue em 96 cidades. No ano passado, no mesmo período, foram registrados 262 casos da doença.
Escalada da dengue
Em nota publicada nas redes sociais, nesta sexta-feira (1º), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) emitiu um alerta sobre o que chama de “escalada no número de casos de dengue” no estado. A publicação cobra dos gestores e da população “medidas mais enérgicas na prevenção e combate à doença”. No comunicado, o Conselho de Medicina fala também aos médicos piauienses e pede que “permaneçam vigilantes quanto ao diagnóstico precoce e evolução dos casos”. Confira:
Carros fumacê
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) emitiu um alerta de surto para a doença na capital. Segundo o órgão, existem quatro tipos da doença (dengue) circulando. A diretora de Vigilância em Saúde da FMS, Amariles Borba, destacou a atuação do carro ‘fumacê’ nos bairros e reforça que apenas essa medida não é o suficiente para combater o Aedes aegypti.
“Quero esclarecer que o carro fumacê recebe um regramento do Ministério da Saúde e nós temos que obedecer. A função do fumacê é pegar o mosquito voando […] Quando as gotas do fumacê caem no chão ou nos objetos, ele não tem efeito residual, esse efeito diminui muito. Portanto, não podemos acreditar que só o carro fumacê vai nos ajudar a diminuir este surto da dengue, precisa-se que a população ajude não criando o mosquito em casa e também dando destino adequado aos resíduos sólidos”, completou.

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*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso