
Na história é cada vez maior o investimento em ensino acadêmico e profissional, mas quantas pessoas estão investindo na saúde emocional?
Por que tantas pessoas acreditam que os títulos de pai ou de mãe vão vir juntos com o poder de criar filhos seguros, confiantes e com uma vida significativa?
Segundo pesquisa realizada com quase 200 mil pessoas na cidade de Nova Iorque apenas 18,5% não apresentaram alguma enfermidade mental, a preocupação aqui é entender o quanto as doenças mentais estão se transformando em situação epidêmica.
E esse cuidado deve começar quando? Na infância. É trabalhando a criança que se tem um adulto emocionalmente sadio. E onde está a base dessa saúde emocional? Na autoestima.
O que é a autoestima? É o quanto a pessoa sente que é valorizada e amada. E esse sentimento de valor começa nos primeiros contatos da criança com as pessoas que a cercam. Qualquer pessoa que passe longos períodos com a criança afeta a autoimagem dela; pai, mãe, avós, irmãos, tios, primos, professores, babás, empregados etc.
Se a criança ouve constantemente frases como essas: “não posso com esse menino”, “ele é impossível”, “esse menino não tem jeito mesmo” é nisso que ela vai acreditar e ter como base de valor para formar as opiniões que terá sobre si mesma.
Baixa autoestima
A baixa autoestima é formada a partir exigências impossíveis, expectativas irreais, comparações, críticas e julgamentos. Quando pais exigem que a criança tenha comportamentos e entendimentos de mundo que não correspondem a idade dela, quando avaliam o seu valor pelas notas da escola, dizem que o primo e o irmão são melhores por terem alcançado esses resultados.
E para se defender desses sentimentos de medo, insegurança, inadequação a criança pode criar defesas psicológicas como ser barulhenta, mandona, ter um apetite excessivo. Se quem deveria defendê-la a ataca é natural que a criança procure uma forma de defesa. Uma defesa dolorosa, mas muitas vezes vista pela criança como forma de sobrevivência, para chamar atenção sobre si e dizer ao mundo que ela existe na individualidade dela.
Quando os pais ou cuidadores não têm a paciência e o entendimento de que a criança vai agir de acordo com a idade dela e resolvem fazer tudo por essa criança, ela vai desenvolver um comportamento de dependência ligado a noção de incapacidade; “já que eu não consigo fazer e tem sempre um adulto para resolver, eu não faço mesmo”. E crianças dependentes tornam-se adultos imaturos. Lá na frente serão adultos que vão continuar sem conseguir resolver as próprias situações e a espera de que outra pessoa o faça.
Elevar autoestima
A autoestima pode ser elevada trabalhando com a criança estímulos positivos; ensinar que ela pode fazer, reforçar as habilidades em que ela é boa, mostrar que o esforço é mais importante que o resultado e principalmente, não comparando o comportamento, o desempenho dessa criança com outras.
Pais não devem usar seus filhos como principal fonte de satisfação, para preencher um vazio dos próprios sonhos que não foram alcançados; transferindo desejos e necessidades que são seus para a criança. Pais que não tem um objetivo, uma meta, um propósito na vida acabam colocando o peso da própria felicidade nos filhos.
Para ter a autoestima elevada as crianças precisam de encontros autênticos onde o foco, a atenção, o respeito, a presença real sejam comportamentos adotados.
Muitos pais viram apenas fazedores de atividades para as crianças; deixam na escola, fazem tarefas, levam para o judô, natação, reforço escolar, aula de dança, aula de música e nunca têm um momento de real presença com aquele indivíduo que está em uma fase essencial de formação da personalidade e precisa do olho no olho, de se sentir amado e valorizado pelo que é e não pelo que faz.
As crianças sentem quanto um adulto realmente não está presente; pais conectados aos celulares que não tem mais diálogos significativos com os filhos, que estão sempre muito ocupados, que fazem da própria vida uma correria, um jogo de tarefas e transferem esse vazio existencial para os filhos. No vazio os vínculos afetivos não são criados.
Nossa dica de ouro: não trate as crianças como criaturas de segunda classe! O conceito que temos de nós mesmos é influenciado pelo tratamento que recebemos. Então, quando você trata uma criança como alguém sem importância e sem significado você tem grandes chances de formar um adulto que se acha sem importância e significado.
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Twitter.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e entre no nosso Canal.
Confira as últimas notícias: clique aqui!