4 de julho de 2025

Moradora diz que virou “catadora de caramujos” após infestação no bairro Gurupi

Thálef Santos

Publicado em 02/05/2022 16:40

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Caramujo africano. (Foto: SMS Piracicaba)

Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com

Uma infestação de caramujos africanos deixou os moradores da rua Coronel José Fialho, no bairro Gurupi, na zona Sudeste de Teresina, em alerta, pois o animal pode transmitir doença às pessoas.  A moradora Maria da Conceição Oliveira disse que virou uma “catadora de caramujos” e que uma simples caminhada pela rua se tornou algo “horrível”.  Há menos de uma semana, o portal ClubeNews noticiou caso semelhante na cidade de Uruçuí, no Sul do Estado.

Moradora há dez anos na rua Coronel José Fialho , Maria da Conceição Oliveira diz que essa é a primeira vez que lida com essa situação. Ela conta que já recolheu dezenas dos bichos. Segundo a moradora, há cerca de um mês, os animais sempre surgem no período da noite e logo no início da manhã.

“De manhã por volta das 6 horas, a rua fica infestada. Fica difícil até fazer caminhada na rua. À noite, a partir das 18h, muito, muito mesmo! Uma coisa horrível, horrível mesmo! Eu virei uma catadora de caramujo aqui na rua Coronel José Fialho”, afirmou.

Em Teresina, os moradores relataram que são necessárias limpezas diárias para remover os caramujos, pois eles ocupam toda a passagem da rua.

Quando os caramujos passaram a entrar em casa, além de recolher os caramujos, Maria passou a espalhar sal grosso por toda a calçada na tentativa de afastar e exterminar os animais. O sal grosso desidrata e mata os caramujos. A dona de casa conta que foram mais de 20 quilos de sal espalhados em todo o quarteirão, após orientação pela internet para ter “paz”.

No entanto, a recomendação dos especialistas é recolher os animais e colocar dentro de um saco de lixo para entregar aos agentes de endemias ou esperar a coleta pelos caminhões.

Na região tem vários terrenos baldio abandonados que acumulam mato e lixo. Outro morador da região, o empresário Francisco Canuto, acredita que os materiais atraem os caramujos, já que ele se alimentam de qualquer resíduo orgânico, como: resto de comida, ração animal, fezes, cimento, papel e lixo em geral.

O superintendente da zona Sudeste, Zé Nito, informou que uma equipe será enviada ao local ainda nesta semana para fazer a limpeza da região.

Caramujo africano (Foto: Prefeitura de Uruçuì)

Uruçuí 

Uma infestação de caramujo africano também preocupa os moradores dos bairros Aeroporto e Novo Horizonte, na cidade de Uruçuí.

De acordo com Justino Martins, supervisor municipal de endemias de Uruçuí, é a primeira vez que um caso de infestação como esse acontece na cidade. Dessa forma, os agentes estão trabalhando em conjunto com a população.

Os habitantes estão sendo instruídos a recolherem os caramujos utilizando luvas e depositarem em sacolas plásticas. Em seguida, o recomendado é enterrar ou entregar às equipes de combate às endemias ou aos profissionais que trabalham nos caminhões de coleta de lixo.

Até o momento, os agentes estão investigando a origem dos caramujos na cidade e, também, se outros bairros, tanto na região urbana quanto na rural de Uruçuí, estão apresentando ocorrências dos animais.

 

Maria despeja sal nos arredores de sua casa para evitar a entradas dos caramujos. (Foto: arquivo ClubeNews)

Prevenção

Para recolher os caramujos é necessário utilizar luvas e manter os pés protegidos para evitar contato. Os animais devem ser depositados em sacos plásticos.

O biólogo Francisco Soares explica que a espécie não é nativa do Brasil. Por isso, não tem predadores ou parasitas naturais. Isto permitiu a rápida expansão da espécie no país.

O médico infectologista Nayro Ferreira afirma que em Teresina não há registro de pessoas contaminadas por meio do caramujo. Ele recomenda cuidados com a água e os alimentos consumidos para evitar contaminação de doenças transmitidas pelo animal.

De diversos tamanhos, os caramujos não possuem predador natural e têm fácil reprodução: liberam 200 a 500 ovos de uma única vez. Além de transmitir doenças como a meningite eosinofílica, as cascas desses bichinhos podem servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, propagador dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso

Nayro Ferreira, médico infectologista. (foto: arquivo ClubeNews)

 

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