Pai de Tainah Luz fala sobre morte da filha e contesta versão de suspeita do crime

O jornalista Marcelo Rocha pediu justiça pela morte de Tainah e acredita que o crime não seja legítima defesa

Marcelo Rocha, pai da jovem Tainah Luz Brasil Rocha. (Foto: Arquivo/ClubeNews)

Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br

O jornalista Marcelo Rocha, pai da jovem Tainah Lux Brasil Rocha, falou  sobre a morte da filha, ocorrida na última segunda-feira (16), após ser esfaqueada na casa da ex-namorada, Fernanda Ayres. Marcelo contestou a versão dada por Fernanda e atual namorada, Geovana Thais – suspeita do crime.

O pai esteve no local do crime e conversou com os vizinhos de Fernanda, que acionaram a polícia após ouvirem pedidos de socorro na madrugada de domingo (15).

“Um dos vizinhos disse que, por volta das 2h58, começou a ouvir gritos. Ligou pra uma prima, que morava na mesma casa. Ela foi olhar pela fresta do portão e viu que a Fernanda estava sentada na porta da casa. Eles ligaram pra polícia, abriram a porta e foram socorrer”, disse.

De acordo com Marcelo, ao adentrar na casa, os vizinhos encontraram Tainah bastante ferida e pedindo por ajuda. “Me tira daqui, elas vão me matar”, teria dito a jovem.

“Ela estava com os braços cortados, o abdômen sangrando muito. Teve um vizinho que foi lá, quando chegou pra tentar socorrer, teve até uma ânsia de vômito. Antes da polícia chegar, Geovana chegou, tava vindo de um hospital, e falou pra vizinha ‘o que você está fazendo aqui?’, e ela respondeu ‘eu já chamei a polícia’”, completou o pai.

Marcelo acredita que o caso não se trate de legítima defesa, como afirmaram os advogados de Fernanda e Geovana.

“Não é exagerada não essa legítima defesa? Você perfurar uma pessoa mais de cinco, sete, 10, 13 vezes. Não sei o que aconteceu lá, eram três pessoas. Acredito que a polícia com sua investigação vai chegar ao denominador comum, à quase verdade, porque duas têm hoje o que falar. A Tainah não tem mais, mas espero que a justiça seja feita”, afirmou.

Crime é investigado pelo Núcleo de Feminicídio

O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, declarou que a quantidade de perfurações apontada no laudo da perícia criminal indica que Tainah foi morta “de forma cruel e com sofrimento”.

Delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do DHPP. (Foto: Thálef Santos/ClubeNews)

“A gravidade está estampada na materialidade do crime. É fácil dizer que agiu em legítima defesa. Foi perguntado se foi por meio insidioso ou cruel e o médico legista respondeu que ‘a multiplicidade dos ferimentos sugere sofrimento desnecessário da vítima, inferindo meio cruel”, disse Barêtta.

Segundo o delegado, os indícios podem gerar as qualificadoras de feminicídio e meio cruel. O laudo cadavérico apontou que Tainah sofreu 13 perfurações. Duas facas do tipo peixeira foram apreendidas pela Polícia Militar e encaminhadas para perícia.

“Isso pode gerar uma nova qualificadora, além do feminicídio, porque, se houve sofrimento para a vítima, é um outro elemento do tipo penal. A Polícia Militar arrecadou duas facas tipo peixeira que foram encontradas no local do crime. Foram entregues no auto de prisão em flagrante e ficaram apreendidas. Elas foram encaminhadas para a perícia criminal, que vai analisar se nas duas havia tipos de sangues diferentes”, comentou o coordenador do DHPP.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.

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