Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br
No dia mundial do Meio Ambiente, comemorado neste domingo (5), o Portal ClubeNews conversou com o presidente da Associação dos Geólogos do Piauí (AGEPI) e professor do Instituto Federal do Piauí (IFPI), Érico Rodrigues Gomes, sobre o projeto do IFPI em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), que busca preservar e restaurar as nascentes da bacia hidrográfica do rio Parnaíba, no estado do Piauí.
Ao ClubeNews, Érico Rodrigues, que também coordenada o projeto, comentou que a equipe já observou a exploração desenfreada, a contaminação das águas, a erosão e o desmatamento em algumas das nascentes já visitadas pelo projeto.
Além disso, com a expansão do agronegócio, a tendência, segundo o professor, é que o processo de assoreamento — quando há um grande acúmulo de terra, lixo e matéria orgânica no fundo dos rios — aconteça cada vez mais rápido nesses locais.
Até hoje, o projeto já visitou as nascentes dos rios Piracuruca, Corrente, Capivara, Parafuso, dos Matos, além do Caldeirão.
O professor ressalta que algumas ações de restauração já foram realizadas pelo projeto, principalmente, na nascente do rio Caldeirão, como o cercamento da área e o plantio de mudas. “Agora, realizaremos o monitoramento para comprovar o aumento da vazão e melhoria nos parâmetros de qualidade físico-química da água”, disse.
SOBRE O PROJETO
Intitulado “Projeto de Recuperação das nascentes da Bacia hidrográfica do rio Parnaíba”, a iniciativa partiu do próprio Érico Rodrigues, que também coordena a ação.
Em 2016, o professor procurou a Codevasf e apresentou a proposta de restauração ambiental das nascentes das bacias, essas que integram a tese de doutorado dele, concluído em 2015.
“Optamos por iniciar a recuperação pelas nascentes do rio Caldeirão, aquele rio que forma o açude Caldeirão na cidade de Piripiri, pois eu já tinha feito o diagnóstico ambiental e conhecia a região. Essa foi a etapa piloto, no qual testamos a metodologia. Durou algum tempo, pois não haviam recursos”, recorda o professor.
Mais nascentes
Ainda neste ano de 2022, a ideia é trabalhar simultaneamente as nascentes localizadas em vários municípios piauienses.
“As escolhidas foram as nascentes referentes aos rios Pirangi, Parafuso, dos Matos, Corrente (em Pedro II) e Corrente (no município que leva o mesmo nome do afluente). Algumas nascentes situadas na cidade de José de Freitas também receberão o projeto”, antecipa o pesquisador.
Nessas nascentes, estão previstas ações de educação ambiental envolvendo agricultores e crianças que integram escolas próximas às áreas visitadas.
Até o momento, não há uma previsão para finalizar o projeto porque outras nascentes vão passar por análise do processo de recuperação.
Apoio da população ribeirinha
Com o apoio da população ribeirinha, os membros do projeto procuram “identificar como era a relação da população no passado com as nascentes, dialogando com os moradores mais idosos e com os mais jovens”.
“Para o projeto dar certo é necessário o envolvimento da comunidade local nas ações e monitoramento (das nascentes dos rios).Ela é a principal beneficiada na recuperação das nascentes. Água é vida”, conta o pesquisador Érico Rodrigues.
Bacia hidrográfica do rio Parnaíba
A Bacia hidrográfica do rio Parnaíba, somada à área de drenagem do Delta do Parnaíba, abrange uma área de 333.952 km², dos quais 75% no estado do Piauí; os outros 20% estão inseridos no Maranhão e o restante no Ceará. Ao todo, as águas percorrem 277 municípios, sendo 223 piauienses, 35 maranhenses e 19 cearenses.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
📲 Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e Entre na nossa comunidade.
Confira as últimas notícias: clique aqui!
∴ Compartilhar