6 de outubro de 2025

Delegado explica golpe que fraudou documentos do Detran com ajuda de servidores no Piauí

Publicado em 30/06/2022 18:15

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Grupo de criminosos dava golpes que fraudava documentos do Detran (Foto: Polícia Civil)

Wesley Igor Gomes*
wesleygomes@tvclube.com.br

Deflagrada pela Polícia Civil, a Operação Hidra de Lerna é responsável por investigar um esquema criminoso na prestação de serviço do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PI) envolvendo a falsificação de documentos utilizados em golpes com veículos inexistentes. O grupo teria causado quase R$ 1 bilhão em prejuízos.

De acordo com o delegado Odilo Sena, titular do 13º Distrito Policial e responsável pelas investigações, o esquema elaborado pelos criminosos é bastante complexo. Além da participação dos servidores do Detran, empresários também integram a organização criminosa.

Ainda conforme o delegado, o esquema começou, primeiramente, com a criação de uma empresa fantasma que, em seguida, é transformada em uma espécie de certificadora digital. “Ao se transformar nessa empresa, ela estabelecia um contato com o banco e começa a funcionar, tudo fictício. Elas começavam a depositar dinheiro, faziam pequenas compras em nome da empresa para ganhar a confiança do banco”, disse.

Operação Hidra de Lerna (Foto: Polícia Civil)

Após esse primeiro passo, os criminosos ingressavam em um sistema eletrônico, por meio da certificadora digital. Assim, eles conseguiam burlar o sistema de segurança de concessionárias e, principalmente, pequenas e médias empresas, como também as de grande porte para que, dessa forma, conseguisse obter os números dos chassis.

“Eles subtraem o que a gente chama de ‘chassi nu’, que são chassis de veículos ainda não emplacados. O que acontece é que muitas empresas compram carros, veículos, tratores e ônibus e, por um lapso temporal de um, dois, três ou quatro meses da saída do veículo da fábrica até chegar à porta da casa do consumidor ainda existe um período de tempo. É aí que a quadrilha criminosa atuava”, afirmou Odilo Sena.

Já com os dados, os criminosos realizavam o “emplacamento” dos veículos, gerando números do (Documento Único Anual de Licenciamento) e DUT (Documento Único de Transferência), necessários para fazer o financiamento nos bancos. Além disso, eles simulavam uma compra e venda de um automóvel, com valor acima do de mercado.

As investigações, que ocorrem há cerca de um ano e meio, iniciaram após denúncias do próprio Detran. O órgão relatou valores suspeitos encontrados em notas fiscais apresentadas durante a conferência de vistoria de veículos.

Segundo a polícia, pelo menos 27 pessoas são suspeitas de participarem do esquema, no Piauí. Mandados de prisão e busca foram expedidos. Até o momento, 15 pessoas foram presas nesta quinta-feira (30).

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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