A greve dos professores da rede municipal de ensino de Teresina completa 171 dias nesta sexta-feira (29). A categoria reivindica o reajuste salarial de 33,23%, além do rateio das sobras do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) de 2021. A greve foi deflagrada no dia 7 de fevereiro de 2022, durante assembleia geral.

Ontem (28), um grupo de pais se reuniram na Escola Municipal Padre Ângelo, no bairro Santa Lia, na zona leste da capital, para cobrar uma posição da instituição quanto ao retorno das aulas. Eles afirmam que os filhos estão sendo prejudicados já que estão há meses sem aula.

O técnico em refrigeração, Francisco Júnior, conta os prejuízos para a educação da filha. “É revoltante porque na política, quando eles vêm, eles prometem, principalmente a educação. E, enquanto isso, esse ano é repugnante ver minha filha parada, sem estudo nenhum. A maior riqueza que a gente dá para os nossos filhos é o estudo”, disse.

Já a diarista Francisca das Chagas comentou sobre a tristeza e a revolta envolvendo a paralisação das aulas desde o início do ano. “É revoltante para a gente porque o futuro do Brasil são as nossas crianças. Sem estudo, sem aula, como é que as nossas crianças vão ficar?”, indagou.

Em fevereiro de 2022, o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos), sancionou o reajuste salarial linear de 16% para a categoria. A matéria foi aprovada por maioria na Câmara Municipal.

Conciliação 

Está agendada uma audiência de conciliação para o dia 22 de agosto, na 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da comarca de Teresina. A audiência visa debater possíveis entendimentos para concretização de um acordo entre a Prefeitura e os servidores da educação.

“Hoje a Prefeitura não paga o reajuste que está na lei porque não quer e nós temos uma audiência de conciliação, determinada pelo Dr. João Gabriel. O prefeito poderia chamar a gente antes para negociar. Nós temos propostas. Queremos apresentar”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina, Sinésio Soares.

A Prefeitura de Teresina se pronunciou por meio de nota, através da Secretaria de Governo (Semgov), e afirmou que existem duas decisões judiciais reiterando a ilegalidade da greve. A Semgov reforçou que a Prefeitura aprovou o reajuste salarial para os professores em março deste ano.

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