
Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br
A tradicional Procissão das Sanfonas retornou às ruas de Teresina na tarde desta terça-feira (2), após dois anos sem acontecer devido à pandemia de Covid-19. A 14ª edição do evento contou com a participação de centenas de músicos, que homenagearam os 75 anos de ‘Asa Branca’, maior sucesso de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e os 80 anos do cantor e compositor Gilberto Gil.
Os músicos se concentraram na Catedral de Nossa Senhora das Dores, na Praça Conselheiro Saraiva, e depois seguiu caminhada pelas ruas do Centro da capital até o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes.
O padre Antônio Cruz, que celebrou a cerimônia na catedral, afirmou que o tema da procissão este ano foi ‘Cuidar dos Músicos’.
“Nós precisamos cuidar deles para que eles possam cada vez crescer em criatividade e reencantar o mundo, que precisa de encantamento. A sensação de retornar com a procissão presencial é uma alegria”, disse o sacerdote.
O sanfoneiro Vagner Ribeiro comentou a importância de homenagear a obra de Luiz Gonzaga, especialmente a canção ‘Asa Branca’, classificada por ele como um ‘hino nordestino’.
“Ela não é um arranjo só, ela faz parte de um coletivo, de uma harmonia que a gente pode chamar de nordestina, que os gregos chama de mixolídio. Que nada mais é que um modo que tem esse lamento de uma sétima menor. Então Asa Branca é feita em cima disso, o aboio também é presente, a expressão do povo na religiosidade, então por isso que digo que essa música não é só, ela é um coletivo de sentimentos”, citou o artista.
Vagner mencionou ainda que a procissão também celebra Gilberto Gil, que completou 80 anos no dia 26 de junho e é considerado um dos principais músicos que carregam o legado de Luiz Gonzaga.
“Hoje também a procissão faz essa celebração do aniversário de Gilberto Gil que, diga-se de passagem, é um dos maiores ganzaguianos que nós temos. Ele trabalhou com Luiz Gonzaga, trouxe o Rei do Baião na década de 60, quando ele já era considerado um velho, e Gil vai lá com o Tropicalismo, juntamente com o nosso Torquato Neto, e Caetano Veloso e puxa Luiz Gonzaga para o cenário. Então, Gil tem essa importância pelo resgate dessa nossa memória. Ele está vivo e super musical, vale muito a pena comemorarmos Gilberto Gil”, completou o sanfoneiro.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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