
O empreendedorismo cresceu no Piauí nos últimos anos. Com a pandemia de Covid-19, a prática empreendedora subiu principalmente entre as mulheres. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que o Piauí é o terceiro estado do Nordeste com maior número de mulheres empreendedoras, o que representa cerca de 165 mil mulheres donas do próprio negócio.
A trancista Layla Costa, ou melhor, Melanina Hair como gosta de ser chamada, conta que não estava nos seus planos se especializar na área em que atua e hoje é reconhecida pelo seu trabalho em diferentes áreas do Piauí. “A princípio não foi uma decisão planejada, foi acontecendo, pois precisava trabalhar para ajudar na renda de casa. O tempo foi passando e meu negócio foi crescendo tomando uma proporção bem maior relacionado ao que eu imaginava para mim e com isso continuo empreendendo e agora com dois negócios para administrar”, revela.
Mesmo trabalhando com hairstyle para homens e mulheres, Melanina diz que a maior parte do seu público também é feminino e que não sofre dificuldade na área que trabalha. “O meu público alvo são as mulheres, trabalho com a beleza e autoestima da mulher e direciono todo meu trabalho exclusivamente para elas, já fazem parte de 99% dos meus trabalhos”.
Amigas e sócias
Com uma loja voltada para venda de assessórios de umbanda, a empreendedora Lívia Silva se uniu com uma amiga para iniciar o empreendimento. “Eu decidi empreender por não estar conseguindo arranjar emprego. Minha irmã de santo também não estava conseguindo e ela deu a ideia da gente se juntar e abrir uma lojinha para poder ter uma renda extra e comprar nossas coisas”, comenta.

Para Lívia, o mercado está muito mais propício para a entrada de mulheres e comenta que, hoje em dia, tem visto muitas delas embarcando no empreendedorismo. “Antes eu achava bem mais complicado o mercado para nós, não só em empreendedorismo, mas também em lojas. Achava mais complicado conseguir empreender, principalmente quando você é uma mulher negra. Hoje a maioria das lojinhas que eu vejo tem mulheres por trás”, enfatiza.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI), Federico Musso, cita a importância de apoio aos pequenos e microempreendedores e defende ações motivadoras para o setor. “O empreendedorismo é um dos principais segmentos do Piauí, assim como a indústria que movimenta a economia do estado e tem apresentado avanços na geração de emprego e renda. Os dados do Sebrae demonstram o quanto as mulheres têm contribuído para que o Piauí se destaque positivamente e ampliando novas oportunidades com seus negócios”, afirma.

Os negócios online são um importante propulsor nesse crescimento. A pandemia acelerou a transformação digital em 72% das empresas. “As redes sociais ajudam muito até porque a nossa lojinha é só online. Muita gente pergunta se tem loja física, mas no momento não tem. A gente fez um Instagram da loja e fechamos muitas encomendas pelo WhatsApp, então as redes sociais são o nosso meio de trabalho, onde fazemos as divulgações, as publicações. Sem as redes sociais não teria a lojinha”, destaca Lívia.
Layla destaca que a divulgação aberta nas redes sociais possibilita que pessoas possam conhecer seu trabalho mesmo sem conhecê-la. “Apesar do boca a boca nunca perder o seu benefício, as redes sociais também fazem com que a pessoa que não conhece a mim ou meu trabalho chegue ao até o meu Instagram e possa ver tudo que faço, com o que trabalho, materiais que uso, como faço os procedimentos. Basicamente a rede social virou um catálogo para que o cliente escolha seu produto através do que consegue ver e entre em contato para tirar suas dúvidas e fazer seu agendamento”.

Tecnologia e pequenas empresas
As tendências disponíveis hoje no mercado são muito mais acessíveis para quem tem o sonho de empreender. Utilizar a tecnologia nas pequenas empresas é uma boa saída para quem deseja se destacar e impulsionar as vendas. No cenário atual, muitos negócios tiveram que digitalizar suas operações, o que levou a uma atualização urgente para poder vender online. Os hábitos dos consumidores mudaram e com isso, muitos empreendedores foram pegos de surpresa.
Para outros tipos de produções, Ricardo França, engenheiro mecânico e representante do Sebrae-PI, revela como as empresas podem digitalizar seus negócios. “Para investir em alta tecnologia não precisa ser uma empresa grande. Se você é um produtor de cajuína, de iogurte ou manteiga, por exemplo, e quer saber como está seu negócio de forma mais digital, você pode ter análise do seu processo e ter acesso aos dados de qualquer lugar que estiver. Através da inteligência artificial, a gente sensoria a linha com um sistema implantado nas máquinas e que vai gerar dados operacionais na linha de produção. Parece ser complexo, mas é bem simples”, informa.
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