
Thálef Santos*
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Diversas foram as ocorrências que elevaram a relevância do tema violência política, principalmente neste ano de eleições. Um levantamento produzido pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da UniRio mostra que este tipo de violência subiu nacionalmente, em, 335% no período de apenas três anos.
A governadora Regina Sousa (PT-PI) afirmou que o “ódio político” se instalou no Brasil com a proximidade das eleições que vão ocorrer no mês de outubro. Ela conta que antes a “rivalidade” estava em palavras, mas, agora, os casos são de agressões físicas e até de assassinatos. “Está ficando difícil morar nesse país”, comenta.
A declaração é um comentário sobre o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário no Paraná, no último domingo (10), com o tema do partido e imagens do pré-candidato à presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva, quando teve a festa invadida e foi morto a tiros por um apoiador de Jair Bolsonaro, que é um policial penal federal.
Em 2022, o estudo informa que foram registrados 214 casos de violência política no Brasil. Este número é quase cinco vezes mais alto que os casos registrados em 2019, que foi de 47. O relatório também informa os detalhes das ocorrências registradas em cada estado e até mesmo a filiação partidária das vítimas.
Segundo a UniRio, os dados sobre a violência política são coletados junto ao Observatório da Violência Polícia e Eleitoral, que reúne informações a partir de mapeamento de ameaças, homicídios, atentados, homicídios de familiares, sequestros e sequestro de familiares. O estudo também leva em conta os casos delatados nos meios jornalísticos.
De acordo com o levantamento, a ameaça é a principal forma de violência política aplicadas contra as vítimas. Entre abril e junho de 2022, 37 lideranças políticas (36,6%) sofreram algum tipo de intimidação. Em seguida, surgem as agressões, com 27 casos (26,7%), os homicídios com 19 casos (18,8%), nove atendados (8,9%), cinco homicídios de familiares (5%), dois sequestros (2%) e também dois sequestros de familiares (2%).
Entre os tópicos levantados pelo relatório estão:
– O estado de São Paulo lidera os casos de violência política, com 17, seguido por Bahia e Rio de Janeiro com 10 casos cada;
– 22 partidos foram atingidos pela violência. PSD foi a sigla mais atingida, seguido do PL, PSDB, Republicanos, PT e PSOL;
– Ao todo, foram contabilizadas 24 mortes em 14 estados, sendo que o Paraná lidera com quatro casos.
O Boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral é uma publicação realizada pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GIEL/UNIRIO). Os relatórios anuais completos no site, clicando aqui.
*Sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.