23 de dezembro de 2025

Petição alerta para ameaças à biodiversidade com monocultura em corredor ecológico no Piauí

Atualizado em 23/11/2022 15:40

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Parque Nacional Serra da Capivara – Foto: Carlienne Carpaso

Pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), iniciaram uma petição virtual alertando para os possíveis prejuízos ambientais com a implementação de uma fazenda em um corredor ecológico entre os Parques Nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões, no Sul do Piauí.

O caso tem gerado repercussão já que a construção da fazenda foi aprovada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Alguns pesquisadores e membros da comunidade científica publicaram notas de repúdio por conta da situação.  Link da petição aqui.

“O cultivo de soja e milho no corredor ecológico entre o Parque Nacional da Serra da Capivara e o Parque Nacional da Serra das Confusões (Piauí), representa ameaça irreversível à conservação das espécies da fauna e flora e do patrimônio arqueológico da região”, diz a petição.

Audiência suspensa 

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar) suspendeu a audiência pública que iria tratar sobre a licitação para a plantação de soja e milho em 12 hectares de terra no corredor ecológico entre o Parque Nacional Serra da Capivara e o Parque Nacional da Serra das Confusões.

A audiência iria acontecer neste sábado (26), mas o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a sessão fosse adiada para que a empresa responsável pelo projeto, a APESA Agropastoril Piauiense, ajustasse o Relatório de Impacto Ambiental (RiMa).

De acordo com a Semar, depois que a empresa enviar um novo RiMa será dado um prazo de 45 dias para marcar uma nova data para a audiência pública e o caso será analisado.

Repercussão 

“O ICMBIO acabou de autorizar o plantio de soja no meio da caatinga, entre os parques Serra da Capivara e Serra das Confusões. Isto é um absurdo colossal. A área faz parte de um corredor ecológico. É o habitat de espécies ameaçadas, tais como tatu-canastra, onça, araras, etc. A região também é rica em arte rupestre e diversos sítios arqueológicos, a maior parte ainda não estudados ou sequer descobertos”, ressaltou um paleontólogo nas redes sociais.

Para muitos pesquisadores, a autorização ao cultivo dessas monoculturas vai abrir caminho para a interrupção do fluxo de animais no corredor, além de intensificar a caça e a contaminação da água, do ar, do solo e das plantas.

Interferir no corredor ecológico também pode provocar impactos negativos na saúde humana e animal pelo uso de agrotóxicos, afetando ainda a geração de renda associada à apicultura. Hoje a região é a maior produtora de mel do país.

O que diz a APESA

Em pronunciamento, APESA Agropastoril Piauiense informou que o projeto pretende proporcionar oportunidades de emprego a área carente que compreende a região e que “o empreendimento não irá impactar negativamente os animais ameaçados de extinção e os bens arqueológicos”.

 

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